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“The Post”: Jornalismo em estado puro

O mais recente filme de Steven Spielberg, “The Post”, junta Tom Hanks e Meryl Streep numa trama que relata um dos episódios da história recente dos EUA em que se cruzaram, como nunca, os valores do patriotismo e da liberdade de imprensa.
19 Janeiro 2018, 11h50

No ritmo acelerado e entusiasta que caracteriza a eterna busca pela melhor manchete, o filme transporta-nos para os bastidores da batalha travada pelos órgãos de comunicação, em 1971, pela publicação dos chamados “Papéis do Pentágono”, um relatório que revelou a fundo os detalhes, manobras e decisões sobre a participação dos EUA na Guerra do Vietname. Os “Papéis do Pentágono”, desviados e partilhados por Daniel Ellsberg, funcionário do governo, eram um relatório confidencial de sete mil páginas que, entre outros aspetos cruciais, provava que a todos os níveis da hierarquia, inclusive a presidência, há muito se sabia que a guerra do Vietname era impossível de vencer.

É nesta batalha que a aristocrata proprietária do “The Washington Post”, Katharine Graham (Meryl Streep), a primeira mulher à frente de um jornal, apoiada pelo obstinado editor executivo Ben Bradlee (Tom Hanks), toma a decisão de publicar os documentos do Pentágono, enquanto avança com a entrada em bolsa, a única saída para evitar perder o legado deixado pelo pai. Apesar da pressão exercida pelo governo, ameaçando fazer desaparecer o apoio dos investidores, Graham, para regozijo de Bradlee e da sua equipa, mantém a decisão de contrariar uma primeira ordem do tribunal que impedia o “The New York Times” (o primeiro a publicar uma pequena parte do assunto mas que viria a revelar-se o rastilho para a descoberta de toda a história) e que se aplicava aos restantes jornais.

Um filme que nos conduz a uma reflexão sobre o estado do jornalismo e a importância da liberdade de imprensa na defesa da democracia e do estado de Direito.

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