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Theresa May ligou a Trump mas o telefonema não terá corrido bem

A primeira-ministra britânica quis dar os parabéns ao presidente pela vitória do Partido Republicano nas eleições intercalares norte-americanas mas foi surpreendida com o temperamento de Donald Trump durante o telefonema. Apesar de não ser a primeira vez que existe tensão entre os dois líderes, os relatos do “Washington Post” dão conta de uma fúria presidencial pouco comum.
  • Carlos Barria/REUTERS
14 Novembro 2018, 13h33

Durante um telefonema com a primeira-ministra britânica, Donald Trump terá transformado uma conversa, que começou num tom amigável, numa de clima tensão. Citando fontes da administração norte-americana e assessores do gabinete de Theresa May, o jornal norte-americano “The Washington Post” (WP) relata um  telefonema entre a chefe do governo britânico e Donald Trump – que tinha como objetivo felicitar o presidente pelos resultados das eleições intercalares dos Estados Unidos (que o próprio considerou serem extraordinários, apesar de os republicanos terem perdido a maioria no Congresso para os democratas).

A chamada, que se pretendia que fosse cordial e diplomática, escalou para tons mais agressivos, de acordo com o diário. Donald Trump terá apontado o dedo a Theresa May por não ter feito o suficiente para conter o Irão e ainda criticou os contornos em que o Brexit está a ser negociado. Segundo o jornal, a primeira-ministra britânica reagiu com surpresa ao temperamento de Donald Trump. Apesar de não ser a primeira vez que existe tensão entre os dois líderes, os relatos dão conta de uma fúria presidencial pouco comum. “Ele estava frustrado com a viagem [a Paris]”, explicou fonte anónima da Casa Branca.

Esta atitude sentiu-se também no encontro com Emmanuel Macron. Durante os dois dias em que o presidente norte-americano esteve em Paris, por ocasião do Fórum da Paz, os encontros entre ambos foram terão sido pautados por ambientes de tensão. O tema relativo ao Irão surgiu novamente e Donald Trump aproveitou para criticar a postura de França. Fontes citadas pelo WP sugerem que o ambiente crispado entre ambos terá sido desencadeado por um tweet do presidente francês em que criticava “o crescimento dos nacionalismo”, uma referência que foi vista como uma indireta para Trump.

Macron adverte contra nacionalismo, “o oposto do patriotismo”

A tensão entre Paris e Washington não terminou aí. Na terça-feira, 13 de novembro, através da rede social Twitter, o presidente norte-americano recordou que “na Primeira e na Segunda Guerras Mundiais” o inimigo “foi a Alemanha” e terminou o tweet com um ataque a França: “Estavam a começar a aprender alemão em Paris na altura em que os Estados Unidos chegaram”. Terminou o comentário com uma frase já conhecida entre os apoiantes do partido republicano:

 

 

A atitude passivo-agressiva sentiu-se dentro da Casa Branca, mas desta vez durante uma conferência de imprensa, onde Trump se irritou com um repórter da CNN e acusou-o de ser uma pessoa “rude”. “A CNN devia ter vergonha de te ter a trabalhar para eles. É uma pessoa rude e terrível e não devia trabalhar para a CNN. É uma pessoa muito rude”, vincou.

O repórter Jim Acosta perdeu a sua credencial de jornalista sob o pretexto de “ter posto as mãos” numa estagiária. Uma justificação que foi acompanhada de um vídeo que supostamente o provava. No entanto, o vídeo terá sido manipulado pelo staff de Trump. Esta suspeita levou a CNN a processar o presidente e a exigir que o seu repórter pudesse voltar a ter acesso à Casa Branca.

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