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“Todos os dias acordamos com vontade de pagar o que devemos” à CGD, diz Joaquim Barroca

Em audição na II Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da CGD, o ex-administrador do antigo grupo Lena realçou que foi o próprio grupo Lena que procurou a banca para reestruturar as dívidas e negou saber pormenores sobre montes dos empréstimos pedidos e a que se destinavam.
  • Jose Manuel Ribeiro/Reuters
16 Maio 2019, 10h48

O ex-administrador do antigo grupo Lena, Joaquim Barroca, afirmou esta quinta-feira que o grupo nunca se negou a pagar a dívida que tem com a Caixa Geral de Depósitos (CGD). Joaquim Barroca realçou que foi o próprio grupo Lena que procurou a banca para reestruturar as dívidas e negou saber pormenores sobre montes dos empréstimos pedidos e a que se destinavam.

“Todos os dias acordamos com vontade de lutar para pagar o que devemos. Nunca dissemos que não queríamos pagar. Fomos nós que, em 2009, procurámos os bancos para reestruturar a dívida. Temos a mesma vontade de trabalhar para esse objetivo”, afirmou Joaquim Barroca, em audição, na II Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da CGD e à Gestão do Banco.

Joaquim Barroca referiu que o antigo grupo Lena está atualmente a discutir com os bancos um plano de reestruturação da dívida e notou que, no ano passado, o grupo pagou 10 milhões de euros à Segurança Social. “O processo de reestruturação que estamos a discutir tem em vista o pagamento das dívidas. Estamos focados para honrar aquilo que são os nossos compromissos. Não dissemos aos bancos que não queremos pagar”, sublinhou.

Alegando desconhecimento sobre os empréstimos pedidos à banca, o ex-administrador do grupo Lena diz que não sabe quanto deve ao certo à CGD. “É uma dívida dinâmica”, afirmou.

Questionado pela deputada bloquista, Mariana Mortágua, sobre uma alegada relação de proximidade com o então administrador da CGD, Armando Vara, Joaquim Barroca disse que “não conhece” e que esteve “uma vez com ele”. Joaquim Barroca negou ainda ter créditos pessoais na Caixa e negou ter tido um tratamento preferencial no banco.

Segundo o relatório da auditoria da EY à CGD, Joaquim Barroca, arguido na “Operação Marquês” e suspeito de ter corrompido o antigo primeiro-ministro José Sócrates, é um dos grandes devedores do banco. O ex-administrador do grupo Lena devia 44 milhões de euros ao banco público, através da empresa Always Special, em 2015, depois de uma concessão inicial de crédito de 55 milhões de euros.

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