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Tomás Correia diz que abstenção prevista de 88% se deve à “campanha de maledicência”

António Tomás Correia, que concorre para um quarto mandato à frente da instituição, disse que pretende cumprir o novo mandato (caso ganhe estas eleições) “até ao fim”.
7 Dezembro 2018, 19h32

Vão votar menos pessoas nestas eleições do que nas últimas eleições de 2015, e o atual presidente da Associação Mutualista, e candidato a um novo mandato, diz que a “abstenção prevista de 88% a 89% se deve à campanha de maledicência e que essa campanha tem responsáveis”.

“As campanhas de maledicência nunca mobilizam ninguém para votar”, disse Tomás Correia, que lembrou que “não se mobilizam pessoas sem apresentar projetos claros. Provavelmente estas campanhas resultaram em prejuízo dos próprios autores da maledicência”.

Tomás Correia vangloria-se de “não nos terem ouvido usar o recurso à maledicência na nossa campanha”. “Interagimos com cerca de 3.000 associados”, salienta o líder da Lista A candidata ao próximo mandato de três anos à frente da Mutualista dona da Caixa Económica Montepio Geral.

Os associados da Associação Mutualista Montepio Geral votam esta sexta-feira, na Rua do Ouro, em Lisboa, para escolher uma lista para liderar a associação nos próximos três anos. Mas o voto por correspondência que chegou nas últimas semanas revelou que só 10% dos associados com voto votaram.

O que se prevê é que nestas eleições haja  cerca de 10 mil votos a menos. “Não me sinto nada responsável (pelo elevado nível de abstenção). Eu fiz o meu trabalho. Outros não o fizeram. Vão sofrer as consequências”, disse Tomás Correia.

O líder da Lista A votou presencialmente na sede da Associação Mutualista, na Rua do Ouro, às 16h30 e falou aos jornalistas à saída.

Quando questionado pelos media sobre se “iria pôr o lugar à disposição” caso o resultados das investigações em curso lhe fossem desfavoráveis, Tomás Correia disse que “esse é um assunto que não me tira a serenidade. Aguardo o resultado e acredito que quando chegar a altura vamos todos chegar à conclusão que tudo não passou de uma pressão intencionalmente colocada por determinados agentes, que em vez de ideias para a associação optaram por um quadro negativo de maledicência”.

António Tomás Correia, que concorre para um quarto mandato à frente da instituição, disse que pretende cumprir o novo mandato (caso ganhe estas eleições) “até ao fim”.

Tomás Correia tem contra si dois processos do Banco de Portugal por contra-ordenações quando liderava o Banco Montepio. Está também a ser investigado pelo Ministério Público, que o constituiu arguido em dois processos que envolvem suspeitas que vão de insolvência dolosa a burla qualificada, passando por branqueamento de capitais.

Fernando Ribeiro Mendes, administrador da Associação, e líder da B e António Godinho, que liderada a lista C, acusam as eleições de serem anti-democráticas e apontam que a lista A controla todo o processo eleitoral.

“Essas são afirmações que tenho andado a ouvir ao longo dos anos, que têm dado origem a impugnações de eleições, providências junto dos tribunais e que foram sempre consideradas improcedentes. Não podemos repetir argumentos falsos no sentido de continuar a alimentar um determinado mediatismo”, responde Tomás Correia.

“Depois das eleições vamos assistir às mesmas charlatanices”, disse Tomás Correia, que antecipa já que possam haver processos na justiça contra o processo eleitoral.

“No final de todos os processos, vamos chegar à conclusão que eles são julgados de no sentido da legalidade de todos os procedimentos que o Montepio e a Assembleia Geral adoptou durante o processo eleitoral”, adiantou.

“Os estatutos e regulamentos não são objeto de proposta do Conselho de Administração”, lembrou ainda o atual presidente da Mutualista.

“É o conselho geral que em primeiro lugar analisa e julga da necessidade e oportunidade de introduzir alterações estatutárias, e dá um parecer nesse sentido à Assembleia Geral que nomeia uma comissão para a alteração de estatutos e regulamentos, independente, para elaborar o projeto que depois é apresentado na Assembleia Geral para votação pelos associados. O conselho de administração e o seu presidente têm o mesmo papel que qualquer associado”, explicou Tomás Correia à saída da votação.

 

 

 

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