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Tomás Correia recandidata-se ao Montepio e está preparado para “grande exigência”

O líder e recandidato à Associação Mutualista Montepio Geral, Tomás Correia, prevê um “futuro de grande exigência” face à nova supervisão financeira da instituição, que garante estar “bem capitalizada”, e aguarda “com total serenidade” as investigações em curso.
  • Cristina Bernardo
6 Dezembro 2018, 10h58

O líder e recandidato à Associação Mutualista Montepio Geral, Tomás Correia, prevê um “futuro de grande exigência” face à nova supervisão financeira da instituição, que garante estar “bem capitalizada”, e aguarda “com total serenidade” as investigações em curso.

“Candidatei-me obviamente por saber que reúno todas as condições para liderar o Montepio Geral — Associação Mutualista no próximo mandato e, assim, contribuir para reforçar a confiança na totalidade do Grupo Montepio, na certeza de que os esclarecimentos oportunamente prestados, em local próprio, me permitem aguardar, com total serenidade, o resultado de todas as investigações levadas a cabo pelo Banco de Portugal e Ministério Público”, sustenta Tomás Correia em resposta escrita a uma das quatro perguntas colocadas pela agência Lusa às três listas concorrentes às eleições de sexta-feira.

Relativamente às questões levantadas em torno da sustentabilidade da associação e do Grupo Montepio, o candidato da lista A argumenta que “muito se especulou e nada se confirmou”, numa “fortíssima campanha de ataques mediatizados”, tendo a instituição “resistido por meios próprios, sem necessidade de apoio público, sem despedimentos e sem se fragilizar ou colocar em risco qualquer empresa do grupo”.

Questionado sobre as prioridades para associação mutualista que lidera desde 2008, António Tomás Correia antecipa um “futuro próximo de grande exigência, seja pela adaptação à nova supervisão financeira da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), seja pela alteração dos estatutos da instituição, no enquadramento do novo código mutualista, seja em termos de gestão global do Grupo Montepio, no sentido da melhoria da rendibilidade das empresas participadas, cuja recuperação importa consolidar”.

“Para a associação mutualista, a lei prevê um período transitório definido de 12 anos, mas será necessário garantir capacidade técnica ajustada a um adequado controlo interno, auditoria, gestão de riscos, conformidade/’compliance’ e autorregulação”, considera, sustentando que “estas dimensões, já implementadas, serão reforçadas ao longo do próximo mandato”.

Sendo o período de transição para o Regime Jurídico de Acesso e Exercício da Atividade Seguradora e Resseguradora (RJASR) “muito exigente”, António Tomás Correia entende que tem de “ser tratado com muito rigor e fazendo uso de um profundo conhecimento do que é a Associação Mutualista e do que são as normas do setor segurador”.

“Um período de transição mal negociado, pouco atento e pouco conhecedor da realidade mutualista e da sua especificidade colocará a instituição em sérios riscos”, adverte.

Relativamente à situação financeira da associação, o atual líder admite ter sofrido, “no passado recente, os impactos negativos” da crise no país, mas assegura que “a Caixa Económica, assim como as demais empresas do Grupo Montepio, estão bem capitalizadas”.

“No que se refere à Associação Mutualista, falamos, a 31 de dezembro de 2017, de um balanço a rondar os 4.000 milhões de euros e de uma instituição que pertence e responde a mais de 600 mil portugueses. Esta posição deixa-nos muito tranquilos e seguros quanto à solidez e ao futuro desta instituição e do seu grupo de empresas”, sustenta.

Entre as prioridades da lista A estão ainda uma “profunda transformação” da associação para acompanhar “o fenómeno da digitalização”, o ajustamento das soluções de poupança e proteção disponíveis, o desenvolvimento das residências para seniores e para estudantes e a ampliação das vantagens associadas ao Cartão Montepio Saúde.

“Por outro lado, a evolução do quadro demográfico, o défice da previdência pública, a ausência de autossuficiência do sistema de Segurança Social na dimensão contributiva e as crescentes necessidades sociais confirmam o enorme potencial da atividade mutualista enquanto solução privada de segurança social complementar, que saberemos gerir a nosso favor”, acrescenta.

António Tomás Correia formalizou em 31 de outubro, no último dia do prazo, a sua candidatura à liderança da Associação Mutualista Montepio, encabeçando uma lista que integra “pela primeira vez” uma mulher — a ex-autarca e ex-secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação Idália Serrão – no Conselho de Administração.

Tendo Manuela Ramalho Eanes, fundadora e presidente honorária do Instituto de Apoio à Criança, como primeiro nome da Comissão de Honra, a lista A apresenta Vítor Melícias como “o candidato natural” ao cargo de presidente da assembleia-geral e Ivo Pinho, antigo presidente do Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e Pescas (IFADAP), para presidente do conselho fiscal.

Para o conselho geral, Tomás Correia conta com a antiga ministra da Saúde do governo de António Guterres, Maria de Belém Roseira. Além de Tomás Correia, são candidatos às eleições para a Associação Mutualista Montepio Geral o atual administrador Fernando Ribeiro Mendes e o empresário António Godinho.

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