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Topo da agenda: o que não pode perder na economia e nos mercados esta semana

O mercado vai estar atento à reação da dívida portuguesa à melhoria da perspetiva pela S&P, enquanto na economia o foco estará na visita de António Costa a Luanda e no Procedimento dos Défices Excessivos.
17 Setembro 2018, 07h30

Costa em Angola

O primeiro-ministro já está em Angola, onde ficará até terça-feira. Após vários anos de tensões nas relações entre os dois países, principalmente devido ao Operação Fizz, a visita deverá marcar uma reaproximação. O ponto alto da agenda é a reunião com o presidente angolano João Lourenço na terça-feira às 11h15, seguida de conferência de imprensa conjunta. Em cima da mesa estarão vários dossiers importantes para as duas economias, tal como um acordo para terminar a dupla tributação e as dívidas do estado angolano a empresas portuguesas, nomeadamente de construção.

Antes disso, o primeiro-ministro fará duas intervenções públicas: na segunda-feira às 18h35 num encontro com a comunidade portuguesa e no dia seguinte, às 9h30, na abertura do Fórum Empresarial Portugal-Angola.

Dívida portuguesa reage à melhoria do ‘outlook’ pela S&P

A dívida portuguesa deverá estar em destaque no mercado secundário no arranque da semana, após a Standard & Poor’s ter na sexta-feira subido  o ‘outlook’ para a notação soberana portuguesa para ‘positivo’ de ‘estável’, reiterando a notação de ‘BBB-‘. “Esperamos que a economia portuguesa cresça perto de 2% anualmente até 2021, com o défice a melhorar até 0,4% do PIB em 2020, de 0,7% este ano, disse a agência, num relatório.

A S&P salientou que poderia melhorar a notação de Portugal se a economia continuar a desalavancar externamente ao nível atual de 3 a 5% do PIB por ano, “um processo que poderia reduzir o stock de dívida externa líquida, que permanece alta”

A ‘yield’ das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos fechou passada sexta-feira nos 1,86%, mínimos de quase três semanas. O Tesouro na quarta-feira pagou menos a cinco anos e mais a 10 anos do que em leilões anteriores para emitir mil milhões de euros em dívida. Esta quarta feira a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, o IGCP, regressa ao mercado, mas para um leilão de curto prazo. A instituição liderada por Cristina Casalinho pretende colocar entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros, no total, em linhas de Bilhetes do Tesouro com maturidades em 22 de março de 2019 e 20 de setembro de 2019.

Défice em foco

O Instituto Nacional de Estatística divulga esta sexta-feira, dia 21, a segunda notificação do Procedimento dos Défices Excessivos para 2017. A primeira notificação, que ocorreu em março, provocou uma divergência entre o Governo e o Eurostat, pois este organismo europeu contabilizar a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos no défice orçamental do ano passado. O rácio subiu assim para 3% do produto interno bruto (PIB), mas excluindo a injeção de capital no banco público, o défice teria sido de 0,92%, o valor mais baixo em democracia. Mário Centeno defendeu que a inclusão da recapitalização no défice não tem qualquer impacto nas contas públicas, mas afirmou que a decisão do Eurostat está “errada” e contraria a Comissão Europeia.

Entre outros indicadores, o INE divulga ainda esta semana a atividade turistica de setembro (segunda-feira), a atividade dos transportes (quarta-feira) e o índice dos preços da habitação relativo ao segundo trimestre (na quinta-feira).

A nível europeu o destaque da semana será logo na segunda-feira, com o Eurostat a divulgar a estimativa final da inflação na zona euro em agosto.

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