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Topo da agenda: o que não pode perder na economia e nos mercados esta semana

Semana vai ser marcada por duas decisões sobre o ‘rating’ de Portugal, na sexta-feira, e ainda pelas reações ao Programa de Estabilidade do Governo. As reações ao bombardeamento à Síria e os encontros de primavera do Banco Mundial e FMI também vão marcar a semana.
16 Abril 2018, 07h40

Rating de Portugal passa a investimento pelas maiores agências?

Esta é a semana em que Portugal poderá por a palavra ‘lixo’ de lado. Das três principais agências mundiais de rating, apenas a Moody’s ainda mantém a avaliação da dívida nacional em grau especulativo e a expetativa é que passe para investimento esta sexta-feira. Na última avaliação (em setembro), a Moody’s passou a perspetiva para positiva, de estável, mas manteve o rating no nível Ba1. No entanto, as restantes duas já deram o passo seguinte e a agência explicou em fevereiro que estava, pela primeira vez desde a crise, confiante na recuperação da economia portuguesa.

Na mesma noite de sexta-feira à noite, a agência DBRS também tem marcada uma revisão ao rating português. A canadiana é a quarta maior e a única que manteve a notação de Portugal em grau de investimento, o que permitiu o acesso ao programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE). Apesar de Portugal ter o selo de ‘grau de investimento’ passado pela DBRS, a agência não é a dá a melhor classificação (a Fitch acabou por ultrapassá-la em dezembro) e a agência poderá mesmo fazer um novo upgrade.

Portugal leiloa dívida antes das decisões de rating

O Tesouro vai voltar ao mercado com dois leilões de dívida de curto prazo. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP anunciou na sexta-feira que vai emitir entre 1.000 e 1.250 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses. Por volta das 10h30 da próxima quarta-feira, o IGCP vai leiloar dívida das linhas de BT com maturidades em 20 de julho de 2018 e 22 de março de 2019.

Reações ao Programa de Estabilidade e à Síria

O final da semana passada e o fim de semana foram marcados por eventos importantes, que vão ser alvo de reações e comentários. Em Portugal, sexta-feira à noite foi apresentado o Programa de Estabilidade 2018-2022, em que o Governo inscrever a meta de cortar o défice para 0,7% e a dívida para 122% do PIB, este ano. A decisão foi polémica e colheu críticas dos partidos à esquerda, com Mariana Mortágua a anunciar que o Bloco de Esquerda vai apresentar um projeto de resolução contra a revisão em baixa da meta do défice.

O Programa de Estabilidade acabou, no entanto, por passar para segundo plano quando, no sábado de manhã, o mundo acordou com as notícias de que os EUA, Reino Unido e França tinham bombardeado três alvos na Síria. O caso foi levado ao Conselho de Segurança da ONU pela Rússia (aliado da Síria que condenou os ataques) e instituições, líderes e mercados estarão a acompanhar os desenvolvimentos da situação.

Economia chinesa, inflação europeia e resultados em destaque

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China levantou dúvidas sobre se o gigante asiático poderia usar a dívida pública norte-americana que detém como retaliação. Esta segunda-feira, a divulgação de dados do investimento estrangeiro em Obrigações do Tesouro nos EUA vai ajudar a perceber que houve ou não mudanças. A China volta a estar em destaque no dia seguinte, com a publicação de informações sobre a expansão do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre de 2018.

Na Europa, o destaque vai estar na aceleração da inflação na zona euro e União Europeia em março, na quarta-feira. Vai ainda ser conhecido o índice Zew de sentimento económico relativo a abril divulgado na Alemanha, na terça-feira, e a síntese económica de conjuntura portuguesa, em março, no dia seguinte. A época de resultados também continua nos EUA, com a Reuters a estimar uma subida dos lucros das empresas do S&P 500 no primeiro trimestre de 18,5%. Para a Europa, a estimativa é de um aumento de 3,2%.

Encontros de primavera do Banco Mundial e FMI

Os encontros de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial também acontecem esta semana, num contexto de preocupação que a disputa comercial entre os EUA e a China prejudique a economia mundial. Na terça-feira, a instituição liderada por Christine Lagarde vai apresentar o novo World Economic Outlook. À margem do evento, o Governo de Moçambique vai tentar negociar uma reestuturação da dívida em atraso com um grupo de credores.

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