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Topo da agenda: o que não pode perder na economia e nos mercados esta semana

A Covid-19 vai centrar as atenções dos mercados numa semana em que serão divulgados indicadores que darão mais informação sobre os impactos económicos do vírus e que marca o fim do primeiro trimestre das bolsas. Em Portugal, deverá ser anunciado o novo calendário de emissão de dívida pública e debatida a prorrogação do Estado de Emergência.
30 Março 2020, 07h40

A fotografia do impacto da Covid-19 na fotografia vai ficar um pouco mais nítida ao longo desta semana à medida que forem anunciados diversos dados económicos relativos a diferentes geografias, numa semana em que os líderes partidários portugueses vão discutir se o Parlamento debate a renovação do Estado de Emergência em Portugal.

Na conferência de líderes, marcada para as 15h00 desta quarta-feira, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, reúne com os líderes dos partidos politicos para decidir se os deputados vão debater sobre o pedido de renovação de autorização do estado de emergência na quinta-feira.

O Estado de Emergência foi decretado pelo Presidente da República, Marcelo Rebele de Sousa, no dia 18, tendo entrado em vigor à meia-noite do dia 19, e vigora durante 15 dias.

IGCP acelera financiamento da Républica portugesa

Cristina Casalinho, presidente do Instituto de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), revelou que esta semana será publicado o novo programa de financiamento de Portugal para o próximo trimestre, numa jogada de reacção ao impacto da pandemia do Covid-19 nas contas públicas.

Em entrevista à rádio Observador na semana passada, Cristina Casalinho explicou que “o que as agências de gestão de dívida estão a fazer neste momento de incerteza é por enquanto ainda não alterarem significativamente os seus programas, à excepção por exemplo da Alemanha que já anunciou mais 100 mil milhões de financiamento que vão ter de ser executados, as outras não foram tão taxativas”.

Dados económicos pressionados pela Covid-19

Na Europa, numa altura em que surgem divergências entre os Estados membros da União Europeia sob a forma de mitigação dos impactos económicos da Covid-19 na economia, os ministros das Finanças da zona euro deverão realizar uma reunião por teleconferência para discutir os detalhes de uma linha de crédito no âmbito do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE).

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, voltou defender a emissão de ‘corobonds’ ao abrigo do MEE, numa entrevista ao “Expresso”. Na sua perspectiva, os recursos angariados pela dívida comunitária deveriam ser canalizados diretamente para os cofres dos Estados-membros  e reembolsáveis através do orçamento comunitário no longo-prazo, a 50 anos.

Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, disse que a emissão de ‘coronabonds’ não se insere no plano da Comissão, além de ter chamado a atenção para a existência de “limites jurídicos” à emissão de dívida comunitária para responder aos impactos económicos do novo coronavírus.

A semana inicia-se com a divulgação dos índices de confiança dos consumidores e negócios relativos a março na zona euro. No dia seguinte, será publicada a taxa de inflação da zona euro relativa ao mês de março, estimando-se uma forte redução do índice dos preços dos consumidores devido às medidas de confinamento e quarentena impostas em diversos países europeus por causa da Covid-19.

Em Portugal também será divulgada a primeira estimativa rápida da inflação de março, assim como as estimativas mensais de desemprego relativas a fevereiro.

Nos Estados Unidos, depois de na semana passada os pedidos para subsídios de desemprego terem disparado para níveis recorde, as estimativas apontam para nova subida à medida que a economia norte-americana começa a ressentir-se cada vez mais dos impactos do novo coronavírus.

O relatório sobre os salários de março também vai trazer mais informação sobre o impacto económico da doença nos Estados Unidos quando for apresentado na semana. Será o primeiro relatório que terá em conta os encerramentos de diversas empresas e estabelecimentos comerciais, embora a maioria dos dados remonte apenas até ao dia 14 de março e a maioria dos locais de trabalho encerraram já durante a segunda quinzena deste mês.

Na China surgem mais informações depois de o país ter registado novos casos de infeção de Covid-19. Os índices PMI relativo a março será apresentado esta terça-feira, com os resultados dos inquéritos regionais à manufatura a serem divulgados na quarta-feira. Os mercados, investidores e governantes estarão de olhos postos nos índices PMI chineses uma vez que vão demonstrar o verdadeiro impacto económico do novo coronavírus na segunda maior economia mundial.

Fim do primeiro trimestre nas bolsas

Esta semana marca o fim do primeiro trimestre nas bolsas mundiais, que registaram fortes perdas por causa da crise pandémica da Covid-19 e também, em parte, com o desentendimento na OPEP + entre a Rússia e a Arábia Saudita sobre o aumento de produção de petróleo.

Nos primeiros três meses do ano, o principal índice da bolsa nacional, o PSI-20 perdeu 24,38%, em linha com o Euro Stoxx 50, que inclui as 50 maiores cotadas europeias, que desvalorizou 21,14%.

Nos Estados Unidos, as perdas situaram-se entre os 16% e os 21,18% entre os três principais índices da bolsa de Nova Iorque. O tecnológico Nasdaq caiu 16,39%, o S&P 500 perdeu 21,34% e o industrial Dow Jones desvalorizou 24,18%.

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