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Transformação digital: Chegou o momento das pessoas e ações

Com a transformação digital em curso, vivemos ainda uma fase em que, um pouco por todo o mundo, existem organizações com dificuldades em equilibrar os elementos necessários para cumprir a promessa do digital.
  • Wolfgang Rattay/Reuters
11 Novembro 2017, 10h00

Através do inquérito da Fujitsu, “Transformation PACT”, sabe-se hoje o que pensam e como vivem este desafio, 1625 líderes empresariais, oriundos da Alemanha, Austrália, China, Espanha, EUA, Finlândia, Suécia, França, Hong Kong, Itália, Irlanda, Singapura, Japão e Reino Unido. Analisadas as suas decisões, evidenciam-se aspetos como um em cada três (33%) ter cancelado um projeto nos últimos dois anos (com um custo de 423 mil euros), ou um em quatro (28%) ter experimentado um projeto falhado (perdendo 555 mil euros). Por outro lado, 84% das empresas diz que os seus clientes esperam que elas sejam mais digitais, enquanto 71% acredita estar atrás da concorrência. Nota ainda para o facto de dois em cada três (66%) acreditar que irá perder clientes para a concorrência devido à transformação digital. Neste misto de pressões, em que pesam fracassos versus espectativas dos clientes, com a corrida contra a concorrência sempre presente, reconhecendo a importância da transformação digital, a maioria das organizações (46%) já implementou projetos de transformação, ao passo que 86% diz estar a fazer planos para o impacto da tecnologia no seu negócio para lá dos próximos 12 meses.

O foco nas pessoas e ações

A concretização deste processo de mudança, atualmente, é muito mais do que apenas tecnologia. No patamar em que nos encontramos, importa aferir o desempenho das empresas em quatro áreas estratégicas essenciais: pessoas, ações, colaboração e tecnologia (PACT), uma análise para a qual este inquérito abre caminho. Segundo explica Susana Soares, diretora de marketing da Fujitsu Portugal, ao Jornal Económico, as áreas de pessoas e ações “assumem mesmo um papel especial”. E apesar de o nosso país não estar incluído nesta abordagem, a responsável assegura que também em Portugal a atenção dos líderes está nestes dois capítulos. Da experiência da empresa no terreno, junto de empresas maiores ou de PME, a responsável assegura que os nossos empresários, que também receiam as questões da cibersegurança, não estão focados na tecnologia, mas sim à procura das melhores respostas para o grande desafio da qualificação ou requalificação dos colaboradores, quer em matéria de competências digitais propriamente ditas, quer de um conjunto variado de skills que passam a ser fundamentais.

No panorama internacional, quando consideram a sua abordagem às pessoas envolvidas na transformação digital, a vasta maioria dos líderes empresariais (90%) está a dar passos para aumentar o seu acesso a competências digitais, com 70% a admitir que há uma clara ausência de competências digitais na sua organização. Por exemplo, 80% diz que a falta de competências é o maior obstáculo no caminho da cibersegurança. Olhando para o futuro, as competências vão continuar a ser uma questão fundamental para o negócio; 93% afirma que melhorar a formação dos colaboradores será vital para o sucesso da sua organização nos próximos três anos, enquanto 83% acredita que a inteligência artificial irá transformar as competências necessárias até 2020.

Já no que diz respeito às ações (sinónimo de processos e comportamentos necessários para fazer funcionar a transformação digital), nove em cada 10 líderes (90%) afirma que a sua organização possui uma estratégia digital claramente definida, enquanto 83% confia que o resto da empresa sabe qual é. Todavia, 72% diz que “projetos digitais sombra” são a única forma de partes da empresa conseguirem alcançar uma inovação significativa.

Nota ainda para os dois outros pilares: colaboração, na qual a maior parte das empresas já assumiu, ou está a planear assumir, projetos de cocriação (63%) com parceiros, que incluem especialistas em tecnologia (64%) e clientes existentes (42%). Surpreendentemente, 79% até estaria disposto a partilhar informação sensível como parte destes projetos de cocriação; no entanto, 73% afirma que a falta de sucesso num intervalo de tempo rápido poderia rapidamente pôr fim a tais parcerias estratégica. Por último, no que toca à tecnologia, os líderes estão cientes do impacto disruptivo das alterações tecnológicas, com 86% a afirmar que a capacidade de mudar será crucial para a sobrevivência nos próximos cinco anos.

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