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“Trapalhadas” de Centeno estão a tornar-se “um hábito”, realça deputado do PSD

O deputado social-democrata sustenta que Mário Centeno é “o ministro a quem tudo se perdoa” e que, graças a isso, tem conseguido escapar impune às “sucessivas trapalhadas” em que se viu envolvido.
29 Janeiro 2018, 16h15

Duarte Marques, deputado do Partido Social Democrata (PSD), considera que as “trapalhadas” do ministro das Finanças, Mário Centeno, se estão a tornar cada vez mais frequentes, depois de ter sido levantada a suspeita de recebimento indevido de vantagem. O social-democrata sustenta que este é “o ministro a quem tudo se perdoa” e que, graças a isso, tem conseguido escapar impune.

“Mário Centeno tem de explicar à justiça o que é da justiça”, afirma Duarte Marques ao Jornal Económico. “Começa a tornar-se um hábito as trapalhadas deste ministro às quais escapa sempre incólume. Centeno é o ministro a quem tudo se perdoa”, sustenta.

O deputado social-democrata lembra o caso dos SMS trocados pelo ministro das Finanças e o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Domingues, sobre o fim da obrigatoriedade da entrega da declaração de rendimentos e património dos gestores da CGD no Tribunal Constitucional e o caso das viagens de membros do Governo ao Euro 2016, em França, que envolvem o Ministério das Finanças. Estes vêm juntar-se ao mais recente caso em que Mário Centeno está a ser investigado.

Na sexta-feira passada, o Ministério das Finanças foi alvo de buscas por parte da 9ª seção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa. O Ministério Público suspeita que Mário Centeno tenha beneficiado o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, com a atribuição de isenção de IMI a um prédio da sua família, uma semana depois de ter pedido para assistir a um jogo na tribunal presidencial.

Em declarações aos jornalistas na primeira manhã das jornadas parlamentares do partido, o CDS recusou-se a comentar o caso. Assunção Cristas limitou-se apenas a dizer durante o evento que “hoje o ministro das Finanças merece uma nota muito negativa”. Já o Bloco de Esquerda (BE), ao Jornal Económico, recusou-se a prestar qualquer tipo de comentário ao caso.

Num breve comentário ao Jornal Económico, também o Partido Comunista Português (PCP) nega-se a tecer qualquer comentário a esta situação: “Não comentamos notícias sobre processos de investigação em segredo de justiça cujo objecto, matérias, fundamentos e visados não são conhecidos”.

Fonte do Parlamento diz ainda que “o Cristiano Ronaldo do Ecofin [como ficou conhecido Mário Centeno no Eurogrupo] está como o Cristiano Ronaldo do futebol: ambos estão a ter problemas com as autoridades fiscais”.

Contactado pelo Jornal Económico, o Ministério das Finanças não comentou.

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