Duarte Marques, deputado do Partido Social Democrata (PSD), considera que as “trapalhadas” do ministro das Finanças, Mário Centeno, se estão a tornar cada vez mais frequentes, depois de ter sido levantada a suspeita de recebimento indevido de vantagem. O social-democrata sustenta que este é “o ministro a quem tudo se perdoa” e que, graças a isso, tem conseguido escapar impune.
“Mário Centeno tem de explicar à justiça o que é da justiça”, afirma Duarte Marques ao Jornal Económico. “Começa a tornar-se um hábito as trapalhadas deste ministro às quais escapa sempre incólume. Centeno é o ministro a quem tudo se perdoa”, sustenta.
O deputado social-democrata lembra o caso dos SMS trocados pelo ministro das Finanças e o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Domingues, sobre o fim da obrigatoriedade da entrega da declaração de rendimentos e património dos gestores da CGD no Tribunal Constitucional e o caso das viagens de membros do Governo ao Euro 2016, em França, que envolvem o Ministério das Finanças. Estes vêm juntar-se ao mais recente caso em que Mário Centeno está a ser investigado.
Na sexta-feira passada, o Ministério das Finanças foi alvo de buscas por parte da 9ª seção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa. O Ministério Público suspeita que Mário Centeno tenha beneficiado o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, com a atribuição de isenção de IMI a um prédio da sua família, uma semana depois de ter pedido para assistir a um jogo na tribunal presidencial.
Em declarações aos jornalistas na primeira manhã das jornadas parlamentares do partido, o CDS recusou-se a comentar o caso. Assunção Cristas limitou-se apenas a dizer durante o evento que “hoje o ministro das Finanças merece uma nota muito negativa”. Já o Bloco de Esquerda (BE), ao Jornal Económico, recusou-se a prestar qualquer tipo de comentário ao caso.
Num breve comentário ao Jornal Económico, também o Partido Comunista Português (PCP) nega-se a tecer qualquer comentário a esta situação: “Não comentamos notícias sobre processos de investigação em segredo de justiça cujo objecto, matérias, fundamentos e visados não são conhecidos”.
Fonte do Parlamento diz ainda que “o Cristiano Ronaldo do Ecofin [como ficou conhecido Mário Centeno no Eurogrupo] está como o Cristiano Ronaldo do futebol: ambos estão a ter problemas com as autoridades fiscais”.
Contactado pelo Jornal Económico, o Ministério das Finanças não comentou.
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