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Trump acusa Pequim de estar a falhar na retórica para encurralar a Coreia do Norte

Num tweet postado na sua conta oficial do Twitter, o presidente norte-americano escreve que “embora aprecie os esforços do presidente chinês Xi [Jinping] e da China para ajudar com a Coreia do Norte, este não funcionou. Pelo menos eu sei que a China tentou”.
  • KCNA/via REUTERS
21 Junho 2017, 10h15

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esta terça-feira que, apesar dos esforços do regime chinês para persuadir a Coreia do Norte a controlar o programa nuclear norte-coreano e forçar o seu desmantelamento, a retórica da China falhou. A mudança de abordagem de Donald Trump em relação à intervenção chinesa na questão coreana reflete a frustração norte-americana que se veio intensificar depois da morte do estudante norte-americano, Otto Warmbier, detido por Pyongyang.

Num tweet postado na sua conta oficial do Twitter, o presidente norte-americano escreve que “embora aprecie os esforços do presidente Xi [Jinping] e da China para ajudar com a Coreia do Norte, este não funcionou. Pelo menos eu sei que a China tentou”.

As esperanças de Donald Trump de que a cooperação com a China para exercer influência sobre o sonho nuclear do regime do líder norte-coreano, Kim Jong-un, iria ser uma mais-valia para a contentação dos avanços balísticos da Coreia do Norte saíram goradas. No encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, na Flórida, o presidente norte-americano deixou os ataques às políticas comerciais “desleais” da China e, depois de estabelecido o compromisso de cooperação face aos avanços da Coreia do Norte, anunciou que poderiam ser “bons amigos”.

A mudança de posicionamento em relação à ajuda da China, que é um importante parceiro comercial da Coreia do Norte, revela, de acordo com o antigo embaixador norte-americano na Coreia do Sul, Christopher Hill, “alguma frustração” por parte de Donald Trump, que pode resultar numa nova abordagem em relação às medidas a tomar para evitar novos testes nucleares de Kim Jong-un.

Esta quarta-feira o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, e o secretário de defesa, James Mattis, reunem-se para conversações de alto nível com o conselheiro de Estado da China, Yang Jiechi, para discutir a questão e dar-lhe um novo folgo. A motivar esta reunião está a morte de Otto Warmbier, um estudante norte-americano detido na Coreia do Norte por ter roubado propaganda do regime. Poucos dias depois de ter sido libertado pelas autoridades norte-coreanas, o país anunciou que Otto Warmbier havia morrido na sequência de uma intoxicação alimentar rara e potencialmente fatal.

“O que aconteceu com Otto [Warmbier] é uma desgraça. Falei com sua família… mas ele deveria ter sido trazido para casa há muito tempo”, afirmou Donald Trump.

O jornal estatal chinês, ‘The Global Times’, escreve que é preciso cautela e que a morte de Otto Warmbier pode obrigar Washington a exercer maior pressão sobre Pequim. “A China fez todos os esforços para ajudar a quebrar com o impasse na questão nuclear da Coreia do Norte. Mas nem a China, nem a sociedade chinesa podem permitir a pressão do aliado norte-americano face à Coreia do Norte”, lê-se no editorial do jornal.

 

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