[weglot_switcher]

Trump apresenta defesa por escrito um dia antes do arranque do processo de ‘impeachment’

O processo de destituição de Donald Trump, com base em acusações de abuso de poder e de obstrução ao Congresso devido à relação com a Ucrânia, deve arrancar na terça-feira, 21 de janeiro.
  • Reuters
20 Janeiro 2020, 12h39

Depois de recusar em cooperar com a investigação da Câmara dos Representantes, liderada pelos democratas, o presidente norte-americano deverá apresentar a sua defesa por escrito, esta segunda-feira, contra o processo de destituição (impeachment) antes do inicio do julgamento no Senado.

No documento preliminar apresentado esta sábado, os advogados de Donald Trump alegavam que as acusações são “um ataque perigoso ao direito que os americanos têm de votar livremente”. Os representantes do presidente também afirmam que o processo de impeachment é uma tentativa “descaradamente ilegal” de anular as eleições de 2016 e de interferir nas eleições presidenciais deste ano a 3 de novembro.

Citadas pela Reuters, as autoridades do governo explicam que o documento que será divulgado hoje vai oferecer uma defesa mais detalhada e agressiva ao argumentar que Trump é inocente das acusações e que não deve ser retirado do cargo, como exigem os democratas.

Embora seja altamente improvável que o Senado controlado pelos republicanos retire Trump do cargo, é importante que o presidente republicano consiga refutar as acusações dos democratas já que precisa de ter um cadastro limpo para prosseguir com a sua candidatura à reeleição.

A equipa jurídica de Trump contra-argumenta dizendo que o presidente estava dentro da sua autoridade constitucional de pressionar o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenskiy, no ano passado, para investigar Biden e o seu filho Hunter, como parte do que Trump diz ser uma ação anticorrupção. Os Bidens negam qualquer irregularidade e as alegações de Trump foram amplamente desmentidas.

documento de oito páginas do Government Accountability Office (GAO, sigla em inglês), órgão independente dos partidos, denunciou que a Administração de Donald Trump não tinha autoridade legal para congelar milhões de dólares em assistência à Ucrânia e que os motivos para este bloqueio eram principalmente políticos, de acordo com a notícia avançada pelo Wall Street Journal.

O GAO conclui assim que o Governo de Trump bloqueou aquela ajuda financeira à Ucrânia de forma indevida e por motivos políticos. “A execução fiel da lei”, pode ler-se no documento, citado pelo WSJ, “não permite que o Presidente substitua as suas próprias prioridades políticas por outras que o Congresso promulgou como lei”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.