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Trump pressionou investigadora a encontrar “a resposta certa” relativamente a suposta fraude eleitoral no estado da Geórgia

Numa chamada telefónica efetuada em dezembro, mas agora divulgada pelo Wall Street Journal, Trump pode ser ouvido a garantir à principal investigadora do gabinete da secretaria de Estado da Geórgia que esta seria “elogiada” caso encontrasse “a resposta certa” que provasse as suas insinuações de fraude. A chamada será agora analisada em duas investigações separadas, uma delas de natureza criminal.
  • Michael Reaves/Getty Images
11 Março 2021, 11h54

Numa das suas tentativas de reverter os resultados da eleição presidencial na Geórgia, Donald Trump pressionou a principal investigadora do estado a encontrar fraude na votação, garantindo-lhe que seria muito “elogiada” caso o conseguisse. A revelação é feita esta quinta-feira pelo Wall Street Journal, que teve acesso a uma gravação da chamada telefónica.

“Quando aparecer a resposta certa, será muito elogiada”, pode-se ouvir o então presidente a dizer a Frances Watson, a principal investigadora do gabinete da Secretaria de Estado da Georgia, numa chamada datada de 23 de dezembro.

“Ganhei tudo exceto a Georgia. E ganhei a Georgia, eu sei, e por muito. As pessoas também o sabem. Passou-se algo lá, algo de muito mau”, continua Trump, naquela que constitui mais uma evidência do extraordinário esforço do magnata para influenciar o resultado da votação num estado tradicionalmente republicano que em 2020 optou pelo democrata Joe Biden.

À altura da chamada, Watson investigava a auditoria conduzida pela Secretaria de Estado e pelo Departamento de Investigação da Geórgia, o equivalente estatal ao FBI, às mais de 15 mil assinaturas associadas a votos por correspondência no condado de Cobb, nos arredores de Atlanta. Nenhum sinal de fraude foi encontrado.

“Posso-lhe garantir que a nossa equipa e o Departamento de Investigação da Georgia estão apenas interessados na verdade e em apurar a informação baseada em factos”, respondeu Watson às alegações do antigo presidente.

A chamada será agora analisada por investigadores do gabinete do secretário de Estado georgiano, que tem em curso uma investigação à tentativa de Trump de influenciar os resultados da eleição, e pela procuradora distrital do condado onde se insere Atlanta, que tem em curso uma investigação criminal às ações do então presidente.

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