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Turistas (também) vão pagar extensão do metro de Paris

O projeto, antigo, está orçado em 35 mil milhões de euros. Como os turistas e o turismo da cidade deve vão beneficiar, o governo e os deputados consideraram razoável diversificar as fontes de financiamento.
17 Novembro 2018, 18h00

As taxas turísticas já se tornaram um hábito num número crescente de cidades europeias (Lisboa e Porto incluídas), mas Paris vai elevar exponencialmente essa opção – que alguns analistas consideram pouco menos que um assalto à mão armada – através de um novo imposto que faz convergir várias taxas para um mesmo ‘bolo’, com o qual quer aumentar a rede de metro da cidade.

Os deputados gauleses aprovaram no final desta semana, com o apoio do governo, duas alterações fiscais para aumentar as receitas da Société du Grand Paris (SGP), responsável pela extensão do metro da cidade.

A primeira alteração visa que os turistas financiem uma parte desta infraestrutura de transporte, através da criação de uma ‘taxa adicional de 15% ao imposto turístico’ percebido pelos municípios locais. Um bónus cuja receita seria alocada diretamente à SGP. Inicialmente, a proposta era que esta alocação chegasse aos 30%, mas mesmo assim é suficiente para liberar cerca de 20 milhões de euros por ano no início do processo e provavelmente muito mais ao longo dos anos, segundo avança a imprensa francesa.

As alterações destinadas a limitar este aumento a um período de dois anos foram rejeitadas, porque os deputados foram sensíveis ao facto de haver um elo muito próximo entre a atratividade turística da capital e as infraestruturas de transporte. “Esta fatia parece razoável, já que a taxa turística francesa permanece limitada em comparação com outras cidades europeias”, argumentam os autores da emenda, citados pela imprensa.

A segunda alteração, que já não implica com os turistas, visa a remoção de certas isenções tarifárias, aumentando em 10% o valor de algumas taxas de ocupação – nomeadamente n o que tem a ver com escritórios e estruturas empresariais e até mesmo com o estacionamento comercial. As receita estimadas são de 120 milhões de euros, novamente para os cofres da SGP.

Havia ainda uma proposta adicional de fazer incidir uma terceira taxa sobre os particulares, mas, segundo a imprensa francesa, o governo de Emmanuel Macron cancelou essa possibilidade – o que retirou receitas de 40 a 50 milhões de euros.

Através destas medidas, a SPG deverá gerar receitas de adicionais de 140 milhões já em 2019, além da renda atual 500 milhões. O problema é a dimensão do projeto: uma rede de 200 quilómetros de linhas, sete centros técnicos e 68 estações, que chegou a ser estimado em 25 mil milhões de euros em 2013, em 35 mil milhões em 2017 e que não para de crescer.

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