O UBS acredita que o bull market [que se iniciou em 2022 nas contas da organização] que se vive no mercado bolsista “ainda tem muito para avançar”. Devido a isso o banco suíço elevou a classificação que atribui às ações globais, para ‘atraente’, na semana passada. Tal se deve a três fatores: a inteligência artificial (IA), a política de apoio norte-americana, e melhores perspetivas para o crescimento dos Estados Unidos.
O banco explica que o “novo impulso” que existe na inteligência artificial é um dos motivos que justifica a continuação da subida do mercado bolsista. Na perspetiva do UBS as recentes parcerias multibilionárias entre [empresas] hiperescaladoras e as empresas de chips de inteligência artificial [que envolveram Nvidia, OpenAI, AMD] “fortaleceram” a confiança do UBS de que os investimentos em capital (capex) relacionados com a inteligência artificial “excederão as expetativas e permanecerão robustos” durante mais tempo.
“A adoção da inteligência artificial vai além da utilização de chatbots. A expectativa sobre o crescimento da IA agêntica — sistemas de inteligência artificial capazes de tomada de decisão e ação autónomas — e da IA física, como robôs e veículos autónomos, sustenta o compromisso das grandes empresas tecnológicas com elevados níveis contínuos de capex“, refere o banco.
O UBS salienta que a médio prazo acredita que os anunciados um bilião de dólares (860 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual) de capex por parte das empresas em inteligência artificial “poderá ainda ficar aquém” do que parece ser necessário.
“Acreditamos, portanto, que o crescimento do investimento [em inteligência artificial] provavelmente continuará no próximo ano”, sublinha o banco.
O outro motivo para a continuação do bull market, na perspetiva do UBS, está ligado à política de apoio norte-americana. Tal se deve a fatores como a retoma dos cortes de juros da Reserva Federal norte-americana (Fed) que o banco acredita que deve continuar.
“A nossa análise mostra que os cortes de juros em ambientes não recessivos são favoráveis às ações. Para aqueles que se preocupam com os riscos de bolhas, um ponto importante de diferença entre o boom atual e a era dot.com é que a Fed estava a aumentar as taxas em 1999. As políticas fiscais dos Estados Unidos — incluindo medidas como investimentos em capital e gastos em investigação e desenvolvimento (R&D na sigla inglesa), redução de impostos sobre gorjetas e regulamentação mais branda — também deverão proporcionar um impulso modesto aos setores cíclicos à medida que avançamos para 2026”, refere o UBS.
O outro motivo para o UBS acreditar que o bull market deve continuar está ligado à melhor perspetiva de crescimento dos Estados Unidos.
“Dados económicos recentes mostraram que o crescimento dos Estados Unidos superou as expectativas. Na semana passada, o presidente da Fed, Jerome Powell, reconheceu esta tendência, afirmando que a economia dos Estados Unidos “pode estar numa trajetória um pouco mais firme do que o esperado” e que “as pessoas estão a gastar”. As famílias de rendimentos médios e elevados continuam a beneficiar dos efeitos da riqueza e os gastos dos consumidores são resilientes, o que esperamos que sustente os lucros das empresas”, explica o banco.
Neste cenário o UBS decidiu elevar as suas expetativas de crescimento dos lucros nos Estados Unidos para 2025 e 2026. “Agora, esperamos lucros por ação do S&P 500 [índice bolsista norte-americano] de 275 dólares em 2025 (crescimento de 10% em termos homólogos) e 295 dólares em 2026 (crescimento de 7% em termos homólogos), ambos um aumento de cinco dólares em relação às nossas projeções anteriores”, refere o banco.
Perante a perspetiva de continuação do bull market nas bolsas o UBS considera que os investidores “devem rever as alocações atuais” em ações e garantir que são “pelo menos consistentes com, ou modestamente superiores, às suas metas estratégicas de alocação” de ativos a longo prazo.
“Se os investidores estiverem atualmente subalocados em ações, acreditamos que devem realocar o excesso de caixa, obrigações ou crédito de alto rendimento para ações”, salienta o banco.
“Acreditamos também que os investidores devem reavaliar as exposições em ações, garantindo um foco adequado nos nossos setores e mercados preferenciais. Preferimos áreas expostas ao crescimento secular, como os Estados Unidos, a China (particularmente o setor tecnológico da China, que classificamos entre os setores mais atrativos do mundo), bem como a tecnologia global, as inovações transformacionais (inteligência artificial, energia e recursos e longevidade) e áreas com catalisadores claros que podem impulsionar aumentos de lucros (Japão e bancos globais).
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