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UBS explora fusão com Credit Suisse

Depois da fusão entre os bancos italianos Intesa Sanpaolo e o UBI Banca, e da notícia que o CaixaBank e o Bankia estavam a analisar uma integração, é a vez dos suíços UBS e Credit Suisse tentarem uma fusão. A crise do coronavírus está, à semelhança da última crise financeira, a provocar operações de M&A na banca.
14 Setembro 2020, 11h34

Os presidentes do UBS Group AG e do Credit Suisse Group AG estão a estudar uma possível fusão para criar um dos maiores bancos da Europa, noticiou o jornal online suíço Inside Paradeplatz, citando pessoas não identificadas dentro dos dois bancos.

O projeto, apelidado de Signal, é conduzido pelo presidente do UBS, Axel Weber, e pelo seu homólogo no Credit Suisse, Urs Rohner, revela a publicação citada pela Bloomberg.

Segundo a notícia, difundida hoje, Axel Weber discutiu a ideia com o ministro das Finanças da Suíça, Ueli Maurer, e um acordo pode acontecer no início do próximo ano. A notícia não foi confirmada oficialmente pelos bancos suíços.

O setor bancário da Europa está sob pressão para se consolidar à medida que a pandemia de coronavírus dinamiza as taxas de juros negativas, que afectam a rentabilidade dos bancos.

O CaixaBank e o Bankia em Espanha estão também a estudar uma fusão. O novo banco que sair da fusão, se esta se concretizar, “terá uma carteira de empréstimos mais equilibrada e, potencialmente, terá mais flexibilidade para lidar com provisões adicionais para perdas com crédito resultantes da crise da Covid-19”, admitiu a DBRS.

Está previsto que venha a ser o banco catalão CaixaBank (que desde 2018 é dono de 100% do português BPI) a absorver o Bankia, gerando um grupo com 650 mil milhões de euros de ativos, segundo dados já divulgados pela imprensa.

A fusão criaria a maior entidade financeira de Espanha, em crédito e depósitos a nível doméstico. Embora não tenha as extensas operações no exterior do Santander e do BBVA, atualmente os dois maiores bancos do país.

Itália já deu o pontapé de partida das fusões na banca, com a compra do italiano UBI Banca pelo Intesa Sanpaolo.

Segundo a notícia da Bloomberg, o CEO do UBS, Axel Weber provavelmente permaneceria como presidente do conselho da empresa combinada, tornando provável que o CEO viesse do Credit Suisse. O regulador bancário Finma foi informado das deliberações, refere o Inside Paradeplatz.
Esta fusão pode resultar em cortes de empregos que podem ir de 10% a 20% dos dois bancos.

Os dois bancos suíços foram no ano passado palco de mediatismo depois de Iqbal Khan, o antigo responsável pela gestão de fortunas do Credit Suisse ter saído para o rival UBS em rutura com o CEO do banco Tidjane Thiam. A saída de Iqbal Khan para o cargo de vice presidente da unidade de gestão de fortunas mundial, deu origem a uma operação de espionagem do gestor que estava de saída para detectar se Khane levava clientes do Crédit Suisse para o UBS ou se tentava recrutar membros da equipa. Mais tarde, o gestor percebeu que estava a ser perseguido e acabou por apresentar queixa. O presidente executivo do Credit Suisse, Tidjane Thiam, acabou por deixar o cargo.

Ironicamente agora os dois bancos poderão transformar-se num só.

 

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