Os manifestantes, na maioria nacionalistas, veteranos da guerra no leste e membros de organizações paramilitares, reuniram-se no centro de Kiev para esta marcha e proferiram palavras de ordem hostis ao chefe de Estado.
“Zelenskiy, rua”, “Abaixo os traidores”, “Não à capitulação”, gritaram os manifestantes, que também entoaram o hino ucraniano.
Foram ainda entoadas palavras de ordem contra a língua russa, muito vulgarizada na Ucrânia, uma ex-república soviética, em particular no leste e sul do país.
No domingo, o Presidente ucraniano tinha exortado os participantes desta marcha nacionalista a evitarem a violência, quando aumenta a contestação ao seu plano de paz para o conflito separatista no leste do país.
Numa mensagem na rede social Facebook, Volodymyr Zelenskiy apelou aos manifestantes para não cederem “a provocações”, criticando os que “sonham em ver a guerra e o caos”.
No dia 01 de outubro, Kiev os separatistas pró-russos, a Rússia e mediadores europeus assinaram um acordo que prevê eleições locais na região do Donbass, onde um confronto que se prolonga há cinco anos entre as forças separatistas e as tropas ucranianas provocou mais de 13.000 mortos.
O acordo de paz de 2015, patrocinado pela França e Alemanha e assinado em Minsk, na Bielorrússia, com a participação de Moscovo e Kiev, prevê que a Ucrânia recupere o controlo total das suas fronteiras com a Rússia, mas apenas quando as regiões rebeldes foram contempladas com ampla autonomia e promoverem eleições para as lideranças locais e regionais e respetivas instituições autónomas.
A Ucrânia e o Ocidente dizem que a fronteira funcionou como um “corredor” para o fornecimento de tropas e armamento.
A concessão de uma larga autonomia para as regiões rebeldes, prevista no acordo de Minsk, motivou fortes críticas entre diversos setores ucranianos e na prática comprometeu a sua aplicação, que Zelenskiy procura agora concretizar.
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