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UE, França, Reino Unido e China apelam ao diálogo entre Irão e EUA

Um pouco por todo o mundo, os líderes políticos estão alarmados com a agravar da tensão entre Irão e os Estados Unidos.
8 Janeiro 2020, 13h56

O Médio Oriente está em alerta depois da escalada de tensão entre os Estados Unidos e o Irão. Depois de a embaixada norte-americana em Bagdad, Iraque, ter sido invadida e depois, em sinal de resposta, o presidente norte-americano, Donald Trump, ter ordenado um ataque aéreo em determinados alvos no aeroporto da capital iraquiana, que acabou por matar o general o Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, o Irão retaliou com lançamento de pelo menos quinze mísseis contra duas bases militares iraquianas que albergam tropas norte-americanas, respetivamente em Ain al-Assad e Arbil.

Teerão terá anunciado que não pretende uma guerra com Washington. No Twitter, o presidente dos EUA escreveu que “está tudo bem”. Mesmo assim, um pouco por todo o mundo os líderes políticos estão alarmados com a situação. Sobretudo porque o Irão, a par do que os EUA fizeram em 2018, abandonou o acordo nuclear de 2015.  Ou seja, O Irão deixará de se reger pelos limites do acordo nuclear de 2015 e não vai respeitar os limites impostos ao número de centrifugadoras para enriquecer urânio, o que significa que o país poderá desenvolver ainda mais o seu programa nuclear.

Com receios das consequências da saída do Irão do acordo de 2015, tendo em conta o escalar de tensões com Washington, a presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, apelou para que “o uso de armas deve cessar para dar espaço ao diálogo”. A responsável política incentivou todos a fazer “o possível para reanimar o diálogo” entre EUA e Irão.

Também da União Europeia insurgiu-se a voz do comissário para as relações internacionais de Bruxelas, o espanhol Josep Borrell. “Esta situação atual coloca em risco os esforços dos últimos anos e também tem implicações no importante trabalho da coligação anti-Daesh”, disse.

De Paris, o presidente da República gaulesa, Emmanuel Macron, disse ter falado com o presidente do Irão, Rouhani, antes do aumento de tensão com os EUA. O francês espera que o Irão não avance mais com quaisquer medidas que possam agravar ainda mais o clima. Macron já admitiu olhar para o Médio Oriente com “profunda preocupação”.

O Reino Unido veio também a público condenar a resposta do Irão, uma vez que as bases militares de Ain al-Assad e Arbil também albergavam tropas britânicas. “Pedimos ao Irão que não repita estes ataques imprudentes e perigosos”, disse o secretário para os Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Dominic Raab, em comunicado. “Uma guerra no Médio Oriente só beneficiaria o Estado Islâmico e outros grupos terroristas”, lembrou.

Da Alemanha chegou a notícia de que a maior parte das forças militares germânicas no Iraque vão abandonar o país.

De acordo com a Reuters, a China, através de um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, declarou que uma futura guerra entre Irão e EUA não “interessa a ninguém”.

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