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“Um elefante na loja de porcelana”. Atento à Libra, BCE insiste em regular Google, Amazon, Facebook e Apple

Economista no BCE afirmou que este setor atingiu uma grande dimensão e que “temos um elefante na loja de porcelana”, referindo-se à nova criptomoeda das empresas de fintech, Libra, apresentada pelo Facebook.
8 Julho 2019, 17h20

Benoît Coeuré, membro executivo do Banco Central Europeu (BCE), pediu este domingo, 7 de julho, para que as grandes empresas tecnológicas sejam alvo de regulação financeira, porque não o fazer “é demasiado perigoso”, noticiou o jornal espanhol ‘El Economista’.

“Há que fazê-lo muito rápido”, alertou o economista durante a sua participação nos ‘Encontros Económicos de Aix na cidade de Provence, em França. A Google, Amazon, Facebook e Apple, ou GAFA como apelidou o grupo, estão “desenvolvidos num vácuo regulatório para todas as atividades comerciais, e eles não se podem desenvolver neste vácuo regulatório para serviços financeiros”, sublinhou Benoît Coeuré.

O economista afirmou que este setor atingiu uma grande dimensão e que “temos um elefante na loja de porcelana”, referindo-se à nova criptomoeda das empresas de fintech, Libra, apresentada pelo Facebook. Coeuré garantiu que estes projetos resultam “das deficiências” do sistema de regulação bancária internacional e, especialmente, da incapacidade do sistema bancário de aplicar as inovações tecnológicas disponíveis.

O economista explicou que o próprio BCE desenvolveu uma plataforma de pagamento em tempo real, tendo um custo de 0,20 euros por transação, embora admita que as instituições financeiras mal o utilizem porque preferem manter os cartões bancários.

Além da falta de regulação, o economista apontou outros problemas durante a sua intervenção na conferência. Benoît Coeuré apontou que embora a atividade bancária seja altamente regulada, o mesmo não acontece com os negócios com os novos operadores externos.

Benoît Coeuré relembrou que “a Europa deve mostrar um exemplo” ao estabelecer regras, baseando-se nos dispositivos implementados, como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), sistemas de pagamento ou a diretiva contra o branqueamento.

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