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Um novo partido concorrente do PSD? Pacheco Pereira diz ter sido convidado, mas Santana Lopes desmente

No programa “Qaudratura do Círculo” e num artigo de opinião do “i”, Pacheco Pereira questiona “lealdade” de Santana Lopes ao PSD. Santana Lopes já respondeu.
  • Mário Cruz/Lusa
12 Janeiro 2018, 13h38

A nova liderança do PSD é decidida este sábado, 13, com a eleição de um novo presidente do partido. Ambos os candidatos, Santana Lopes e Rui Rio, têm feito uma campanha assente na “lealdade” às sucessivas direções do PSD, que agora o histórico militante Pacheco Pereira colocou em causa.

Ao longo dos debates entre Pedro Santana Lopes e Rui Rio, o primeiro usou muitas vezes o argumento da “lealdade” para com o PSD e com o ainda presidente Pedro Passos Coelho, para cativar votos e para apontar Rio como alguém pouco fiável, politicamente.

Na quinta-feira, durante o programa “Quadratura do Círculo”, na SIC, e num artigo de opinião, publicado esta sexta-feira pelo jornal “i”, Pacheco Pereira disse ter sido convidado, em 2011, por Pedro Santana Lopes para formar um novo partido, com o objetivo de concorrer às eleições legislativas desse ano. Altura em que Pedro Passos Coelho, escolhido para liderar o PSD em março de 2010, formou Governo após vitória eleitoral dos sociais-democratas.

Pacheco Pereira, destacado militante do PSD, que foi muito próximo de movimentos, comunistas e maoístas nos anos 1960 e 1970, contou ter recebido um telefonema de Santana Lopes para um encontro “urgente” num hotel em Lisboa. “Santana Lopes disse-me a mim e a outras pessoas – por isso não vale a pena negar – que queria fazer outro partido. Estava muito indignado, porque no PSD estava a acontecer uma transição de pessoas que o enojava”, afirmou no programa da SIC.

“Disse-lhe que pensasse bem se queria ir em eleições contra o PSD, o que ele disse que era mais que justificado pelo que se estava a passar. No fim, disse-lhe que não e acabou a conversa”, detalhou no artigo do “i”.

Pacheco Pereira disse ter ficado perplexo com a vontade de Santana Lopes, que até tinha feito um discurso, naquela época, “duríssimo” contra Passos Coelho e a criticar os “vira-casacas”. Para o político, que foi embaixador de Portugal na Unesco e deputado pelo PSD no Parlamento, nos anos 1990, Pedro Santanas Lopes estava politicamente “morto”, em 2011” e o novo partido iria disputar eleições contra o PSD.

Santana desmentiu esta sexta-feira Pacheco Pereira, que já anunciou ser apoiante de Rui Rio, afirmando que “nem uma criança de seis anos” acredita no historiador, de acordo com a RTP.

Miguel Relvas, ministro do Governo de Pedro Passos Coelho,  Luís Montenegro, ex-lider parlamentar do PSD, e Hugo Soares, atual líder da bancada na AR dos sociais-democratas, são figuras de destaque que já anunciaram publicamente o seu voto em Santana Lopes.

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