O inquérito, com uma amostra representativa composta por 806 jornalistas, nota que mais de um terço dos inquiridos refere que já foi alvo de pressões externas no decorrer do seu trabalho, disse à agência Lusa o investigador responsável pelo estudo, João Miranda, que realiza uma tese de doutoramento na Universidade de Coimbra (UC) sobre a autorregulação profissional do jornalismo.
Apesar de uma maior evidência das pressões externas nas redações, 26,2% dos jornalistas que participaram no inquérito referem também que já foram alvo de pressões da direção editorial e 23,8% de pressões da administração da empresa.
O investigador João Miranda fez um cruzamento de dados para perceber se havia alguma variação significativa em relação à idade, género ou vínculo laboral, concluindo que as pressões são “transversais aos diferentes setores do grupo profissional”.
Apesar destes resultados, apenas cerca de 15% dos inquiridos discordam ou discordam totalmente com a ideia de “dispor de total liberdade na produção de conteúdos”, nota o estudo a que a agência Lusa teve acesso.
Quase 90% dos jornalistas dizem cumprir os preceitos éticos e deontológicos inerentes ao exercício da profissão e a quase totalidade afirma que o seu trabalho nunca ou raramente é modificado sem a sua autorização.
O inquérito foi aplicado via ‘online’ entre os contactos detidos pela Comissão da Carteira, a titulares de carteira profissional de jornalista, título provisório ou cartão de equiparado.
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