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União das Misericórdias denuncia recusa de apoio médico a lar no Barreiro

O presidente da União das Misericórdias denunciou hoje que o lar da Santa Casa no Barreiro pediu apoio médico ao centro de saúde na semana passada e que o mesmo foi recusado, sem ter sido avançada qualquer justificação.
  • Cristina Bernardo
24 Agosto 2020, 16h34

A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) denunciou hoje uma recusa de apoio médico a um lar de idosos no Barreiro.

“Temos um caso concreto em que tivemos recusa de um médico do centro de saúde”, disse hoje o presidente da UMP, Ricardo Lemos, que revelou que o caso teve lugar na “semana passada”.

“A médica da Misericórdia estava fora, pediu-se ao centro de saúde, e o centro de saúde na altura recusou-se”, afirmou Ricardo Lemos em imagens transmitidas pela RTP 3.

Sobre os motivos da recusa, o responsável disse que não foi avançada qualquer explicação.

“Foi isso que nos foi comunicado pela provedora da Santa Casa da Misericórdia do Barreiro”, adiantou o responsável, após uma reunião realizada com o bastonário da Ordem dos Médicos esta segunda-feira.

A questão do apoio médico nos lares tem estado na ordem do dia. No domingo, foi revelada nas redes sociais um vídeo onde o primeiro-ministro criticava a atuação dos médicos no lar de idosos de Reguengos de Monsaraz.

“É que o presidente da ARS [Autoridade Regional de Saúde] mandou para lá os médicos fazer o que lhes competia e os gajos, cobardes, não fizeram”, segundo disse António Costa na gravação feita pelo Expresso à margem da entrevista realizada pelo jornal e publicada no sábado passado.

A Ordem dos Médicos rejeitou hoje esta acusação, garantindo que os médicos nunca se recusaram a tratar dos idosos doentes.

“Queremos salientar que apesar da falta de condições no lar e no pavilhão para onde mais tarde foram transferidos os doentes, tal como constatado na auditoria realizada, os médicos de família nunca se recusaram a colaborar e continuaram a cuidar e tratar dos idosos doentes, estando o seu trabalho devidamente documentado. Apesar das ignóbeis pressões e ameaças, os médicos não abdicaram de continuar o seu trabalho de cuidar dos doentes nem do dever de denúncia perante as graves insuficiências verificadas no terreno”, segundo a OM.

Em relação às críticas feitas pelo primeiro-ministro, a OM considera as mesmas “ofensivas”. O primeiro-ministro reúne-se amanhã com o bastonário da Ordem dos Médicos para abordar esta polémica.

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