[weglot_switcher]

União Europeia prepara-se para produzir 3,5 mil milhões de doses de vacinas anti-Covid em 2022

As doses, que serão distribuídas pelos 27 Estados membros e países com menores rendimentos, servirão para impulsionar a meta de vacinar 70% da população do bloco europeu, até meados de 2022.
  • Ursula von der Leyen – Twitter
28 Outubro 2021, 15h14

Não tendo alcançado a meta de vacinar contra a Covid-19 70% da população da União Europeia até setembro, a Comissão Europeia prevê agora alcançar esse objetivo em meados de 2022.

Para tal, a União Europeia compromete-se em produzir mais de 3,5 mil milhões de doses das vacinas aprovadas pelo regulador já no próximo ano. O anúncio foi feito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na rede social Twitter, que informou também que dessas, 500 milhões serão doadas a países com menores rendimentos.

O compromisso chega numa altura em que a pandemia volta a mostrar sinais de agravamento no bloco europeu. Apesar de ter hoje cerca de 86% da população com a vacinação completa e 88% da população com uma dose, Portugal prepara-se para uma subida acentuada no número de casos. De acordo com a ministra da Saúde, Marta Temido, que citou, esta quinta-feira, os dados recolhidos pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA), o país deverá registar até 7 de novembro cerca de 1.300 casos positivos caso os indicadores (risco de transmissão e índice de transmissibilidade) se mantenham. Por sua vez, ao jornal digital “Eco“, o epidemiologista Carmo Gomes estima que Portugal atinja os 900 a mil casos por dia nas próximas duas semanas.

“A situação epidemiológica no país ao longo da última semana conheceu um agravamento”, referiu Marta Temido, afirmando que o crescimento da incidência está em linha (mas abaixo da média) da restante Europa.

Em países como o Reino Unido, Rússia e vários países do leste europeu que registam baixas taxas de vacinação, os números de casos diários e mortes por Covid-19 têm registado novos máximos desde o início da pandemia, em março 2020. Na semana anterior, e de acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), houve cerca de 2,7 milhões de novos casos de Covid-19 e mais de 46 mil mortes face à semana anterior. Trata-se, portanto, de um aumento de 7% no número de infeções, sendo que este indicador tem vindo a subir há três semanas consecutivas.

Apesar de mais de metade dos países europeus estar a registar um aumento de novos casos, o órgão de saúde pública liderada por Tedros Adhanom Ghebreyesus salienta que o Reino Unido, Rússia e Turquia foram os responsáveis pela maioria dos casos.

Sobre Portugal, Marta Temido refere que a situação é “estável”, para já, mas existem “vários fatores de contexto preocupantes”, nomeadamente a situação europeia — “sobretudo dos países com maior contacto— as temperaturas frias, a circulação dos vírus respiratórios e a maior tendência de concentração em espaços menos arejados”.

Sobre o agravamento da pandemia, Ursula von der Leyen afirmou, também no Twitter, que o “mundo tem que se preparar melhor para pandemia futuras”, e por isso apela ao “investimento e reforços dos sistemas de saúde” a nível mundial, em cooperação com a OMS.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.