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União Europeia tenta salvar cimeira da NATO do regresso às contas de mercearia

Há um ano, a cimeira da organização ficou marcada pela insistência de Trump para que os europeus pagassem a sua parte da defesa comum. O presidente norte-americano já voltou ao tema, mas a União Europeia diz que está a fazer a sua parte.
11 Julho 2018, 07h25

A cimeira da NATO que tem lugar esta quarta e quinta feiras em Bruxelas corre o risco de ver a sua agenda novamente ‘caçada’ por aquilo a que alguns chamaram as “contas de mercaria” do presidente norte-americano, Donald Trump, que ensombraram a cimeira anterior, realizada em maio de 2017.

Na altura, o tema que mais desconforto mereceu da parte dos presentes foi a insistência, por parte de Trump, de que a organização é excessivamente patrocinada pelos Estados Unidos, enquanto os parceiros europeus – que em teoria são os que mais usufruem da capacidade bélica do agregado – estão pouco disponíveis para aumentar os seus investimentos na defesa comum.

Há pouco mais de uma semana, Trump voltou ao tema, enviando uma carta para várias capitais europeias onde dizia estar à espera que os parceiros da NATO se decidissem a cumprir o compromisso alcançado em 2014, na cimeira do País de Gales, em que os Estados-membros concordaram estabelecer uma meta de 2% do PIB em gastos com a defesa comum até 2024.

Trump está por isso decidido a não esquecer a questão – por muito que ela tenha sido constrangedora há um ano atrás – na expectativa de fazer descer ainda mais a fatura norte-americana da defesa, algo que faz parte das promessas da sua campanha eleitoral.

Do lado de cá do Atlântico, a União Europeia parece estar mais apostada em convencer os seus parceiros de que os Estados-membros que também fazem parte da NATO estão apostados e,m desenvolver a relação conjunta – mesmo que num quadro em que a defesa comum da União continua em cima da mesa como um tema prioritário.

É nesse quadro que se compreende que, esta terça-feira, os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, Jean-Claude Juncker e Donald Tusk, tivessem assinado com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, uma declaração conjunta que confirma o compromisso das duas organizações em continuarem a cooperação.

As duas partes comprometeram-se com a implementação de 74 ações conjuntas concretas nas sete áreas de cooperação identificadas na declaração conjunta de 2016, assinada em Varsóvia, “que inclui o combate às ameaças híbridas, a segurança cibernética, as capacidades de defesa e exercícios conjuntos”, recorda fonte oficial da Comissão.

“A cooperação UE-NATO constitui parte integrante do trabalho da UE destinado a reforçar a segurança e a defesa europeias. Registaram-se progressos significativos desde o apelo do presidente Juncker para que a União se torne um ator global mais forte, nomeadamente através do estabelecimento da cooperação estruturada permanente, da criação do Fundo Europeu de Defesa e do trabalho de mobilidade militar”, refere ainda a nota oficial.

“O compromisso da UE de avançar no seu trabalho em matéria de defesa está também refletido na nova proposta orçamental da Comissão, que inclui um aumento das despesas no domínio da defesa num total de 27,5 mil milhões de euros entre 2021 e 2027”.NATO

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