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Universidade da Madeira: politécnico cobre estudantes que não estavam a ir para o ensino superior, diz Reitor

Neste momento a vertente do politécnico na Universidade da Madeira anda à volta dos 8% dos estudantes, mas o reitor José Carmo acredita que a médio prazo este número ronde os 25/30%.
9 Agosto 2019, 07h45

O Reitor da Universidade da Madeira (UMa), José Carmo, em entrevista ao Económico Madeira fala da aposta da Universidade nos cursos técnico-profissionais, inseridos na vertente do politécnico da UMa. São cursos superiores de dois anos, em que o último semestre é um estágio e estão a cobrir um conjunto cada vez maior de estudantes que não estavam a ir para o ensino superior.

Que mudanças é que tem notado com a integração da oferta dos novos cursos técnico-profissionais no ensino politécnico?

Isto tem impacto, isto exige um esforço muito grande. Temos apoios para a lecionação destes cursos e para a parte da construção do corpo docente. Começou por ser aqui e depois passou para o Orçamento de Estado, alguns apoios são agora do Governo da República, o que não temos é apoio para as infraestruturas e para os equipamentos, no continente têm. Só para termos uma ideia, nós não tínhamos cursos nenhuns, em 2014/2015 o que tínhamos aqui do politécnico basicamente era a enfermagem, tínhamos 158 alunos. Neste momento temos 367 alunos no ensino politécnico, nestes cursos técnico-profissionais temos agora já cerca de 220 inscritos. Começamos por ter quatro cursos a funcionar, depois passamos para seis e neste momento temos oito a funcionar e nove aprovados.

 Mas estes cursos técnicos são cursos superiores?

Isto é ensino superior. São cursos de dois anos em que o último semestre é um estágio obrigatório numa empresa. Para abrir um curso destes é preciso um corpo docente qualificado, mas além disso é preciso ter uma empresa que dê um estágio para cada aluno. O corpo docente para estes cursos em parte são alguns docentes do próprio universitário e outra parte são subcontratações, que têm de ser suportadas. Já temos oito cursos a funcionar, que cobrem cada vez mais um conjunto de estudantes que não estavam a ir ensino superior. Além disso, estes cursos dão resposta aos interesses das próprias empresas. Temos alguns até que são pedidos já pelas empresas, quer na área da informática, quer noutras áreas. E depois estes alunos podem na mesma ir para licenciaturas.

A perspetiva é para existir um reforço da vertente politécnica dentro da universidade?

Vai, vai reforçar-se. Eu penso que neste momento estamos a falar num número que já deve andar nos 8% de estudantes. Penso que o politécnico em 2020 poderá aproximar-se dos 15%. Em regime normal a componente universitária será sempre superior, mas a médio prazo não vejo porque é que não andará pelos 25% pelo menos. É normal que a componente universitária seja a componente principal, isto é uma universidade, mas cada vez mais o politécnico vai ter um espaço próprio importante na captação de alunos. Penso que a médio prazo 25% é um número razoável de estudantes.

Num cenário ideal qual seria o equilíbrio entre a vertente universitária e o politécnico?

Vai depender um bocado também da própria evolução do interesse dos estudantes, mas prevejo que a médio prazo andará à volta dos 25-30%. Neste momento o ensino universitário ainda tem capacidade para oferecer mais cursos, nomeadamente a nível de mestrados e doutoramentos, agora o que está a crescer mais neste momento são estes cursos do politécnico. Obviamente que isto exige investimentos da parte do corpo docente e também de infraestruturas, aliás a própria agência definiu que nós tínhamos de ter um espaço próprio para o ensino politécnico, isto é discutível, mas pronto.

Leia a entrevista ao Reitor da UMa na última edição do Económico Madeira.

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