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Uría Menéndez com dossier de venda da Lusitânia

A companhia de seguros do Montepio Geral foi posta à venda. O escritório escolhido para assessorar a venda é a Uría Menéndez – Proença de Carvalho.
17 Setembro 2017, 15h00

A Associação Mutualista Montepio Geral, que detém o capital da Lusitânia através da sociedade gestora de participações sociais Montepio Seguros, pôs as companhias de seguros à venda. Segundo soube o Jornal Económico, a dona do Montepio Geral mandatou o escritório de advogados Uría Menéndez-Proença de Carvalho (UM-PC) para preparar a venda das seguradoras Vida e Não Vida.

Fontes ligadas ao processo dizem que a associação liderada por Tomás Correia (dona das seguradoras) tem estado em contato com potenciais interessados e já reuniu com grupo chineses.

A Associação Mutualista desmente que tenha sido decidida a venda das seguradoras, mas não comenta a abertura de um processo de análise com vista à venda.

A Lusitânia (não vida), apresentou um resultado líquido negativo de 8,4 milhões de euros em 2016, o que ainda assim corresponde a uma melhoria de 80,5% face ao resultado do ano de 2015. A atividade da companhia foi enquadrada no plano de sustentabilidade financeira definido com o apoio do acionista Montepio Seguros SGPS, “de forma a criar as condições para ultrapassar as fortes exigências ao nível do mercado e do nível de fundos próprios requeridos no regime Solvência II”, diz a companhia no seu relatório e contas de 2016.

A seguradora tem estado centrada nas áreas de saneamento de carteira e recuperação de negócio, retenção de clientes e ajustamento de preços, associada a uma aceleração das vendas no canal bancário, continua redução da sinistralidade, bem como ajustamento na estrutura da organização.

“Os prémios processados apresentaram um ligeiro acréscimo na atividade (0,2%), em relação ao ano anterior, fixando-se em 185,1 milhões de euros”, revela ainda o relatório e contas da companhia.

Já a Lusitânia Vida teve em 2016 um resultado líquido positivo de de 2,85 milhões de euros. Os prémios processados atingiram, no final do exercício, 162,2 milhões de euros, situando a companhia do grupo Montepio na 8ª posição do ranking das seguradoras Vida que operam em Portugal.

As companhias de seguros do Montepio têm como presidente do Conselho de Administração Eduardo Farinha e como CEO Fernando Nogueira.

O mercado segurador está em processo de consolidação e a Lusitânia entra num mercado onde há mais companhias de seguros “à venda”, como a Generali Portugal, a Groupama e a Vitória.

As seguradoras são ativos muito apetecíveis porque são fortes alavancas de aquisições, pois têm de aplicar as provisões que constituem em ativos, revelam fontes do mercado. Razão pela qual as seguradoras são os maiores investidores institucionais depois dos fundos de pensões.

O processo de consolidação do setor segurador está em curso há algum tempo. Tendo, por exemplo, a Apollo comprado a Tranquilidade e a Açoreana e criado a Seguradoras Unidas.

O presidente da APS, José Galamba de Oliveira, tem dito que o retorno dos capitais em Portugal está muito aquém do que conseguem as seguradoras em Espanha e Itália. E como tal restam dois caminhos: consolidação para quem decidir ficar e a saída do mercado português.

Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.

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