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Urnas fecharam em Angola, depois de votação com “pequenas falhas”

Quase 10 milhões de eleitores estão, aos olhos da Constituição angolana, em condições de votar para escolher o próximo presidente, depois de 38 anos de José Eduardo dos Santos no poder. As sondagens indicam que João Lourenço será o escolhido.
23 Agosto 2017, 20h06

As votações para eleger o presidente que irá suceder a José Eduardo dos Santos terminaram em Angola, depois de “pequenas falhas” no processo eleitoral. A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) admitiu que houve um incidente durante a ida às urnas, quando os presidentes das assembleias de voto rejeitaram a presença de delegados de lista dos partidos políticos para fiscalização.

O presidente da CNE, André da Silva Neto, explicou à agência Lusa que a situação foi “um incidente que não se ultrapassou facilmente” devido a uma alteração decidida na terça-feira. O plenário da CNE mudou a forma como os delegados de lista deveriam fiscalizar o ato de votação. Inicialmente iriam estar um delegado de lista de cada um dos partidos concorrentes e um suplente, em cada mesa de voto.

No entanto, atrasos no credenciamento destes delegados de lista, na ordem dos 51 mil para cada uma das formações políticas concorrentes, o órgão eleitoral, por reclamação dos partidos, alterou o figurino, segundo relatou André da Silva Neto, à Lusa.

“Decidimos que os suplentes naqueles locais em que havia mesas por se colocar delegados efetivos, os delegados suplentes se convertessem em delegados efetivos”, disse, acrescentando que o número de delegados de lista credenciados pela CNE estaria em cerca de 168.890 pessoas. Mas o número não corresponde ao apresentado pelos partidos políticos.

Como a alteração foi decidida durante a noite, as comissões municipais eleitorais “tiveram algumas dificuldades inicialmente para fazer chegar este procedimento às respetivas assembleias de voto”, explicou. “E quando esses delegados suplentes se dirigiram às mesas, para exercer esse direito como delegados efetivos, esbarraram na autoridade natural do presidente da assembleia de voto que desconhecia em princípio esta orientação”.

A votação ficou ainda marcada por atrasos na abertura de algumas assembleias de voto, especialmente em zonas de difícil acesso. “Naquelas zonas onde sobretudo só se pode chegar por via aérea registaram-se alguns atrasos, quer porque os aviões preparados para o efeito, nomeadamente helicópteros, registaram algumas avarias, mas foram superadas”.

Ao todo, foram constituídas 25.873 mesas de voto, em escolas ou tendas de norte a sul do país, para escolher o próximo presidente, depois de 38 anos de José Eduardo dos Santos no poder. O candidato do MPLA, vice-presidente do partido e figura do atual regime, é João Lourenço, mas estavam ainda no boletim de voto os nomes de Abel Chivukuvuku (CASA-CE), Isaías Samakuva (UNITA), Benedito Daniel (PRS), Lucas Gonda (FNLA) e Quintino Moreira (APN).

Quase 10 milhões de eleitores (9.317.294) estão, aos olhos da Constituição angolana, em condições de votar. Além da eleição de um novo presidente para Angola, estão a votos nestas eleições gerais 130 lugares no círculo nacional e mais cinco nos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país.

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