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Vacina russa pode ser perigosa e não foi devidamente testada, alerta Alemanha

“Pode ser perigoso começar a vacinar em milhões de pessoas muito cedo, porque isso pode acabar com a aceitação da vacinação se correr mal; por isso estou muito cético sobre o que está a acontecer na Rússia”, apontou o ministro da saúde alemão, Jens Spahn, à rádio alemã Deutschlandfunk esta quarta-feira.
12 Agosto 2020, 17h45

O ministro da saúde da Alemanha alertou que a vacina contra o coronavírus da Rússia não foi devidamente testada e pode acabar com a confiança nas vacinas caso se manifeste insegura ou ineficaz, avançou a Business Insider esta quarta-feira, dia 12 de agosto.

“Pode ser perigoso começar a vacinar em milhões de pessoas muito cedo, porque isso pode acabar com a aceitação da vacinação se correr mal; por isso estou muito cético sobre o que está a acontecer na Rússia”, apontou o ministro da saúde alemão, Jens Spahn, à rádio alemã Deutschlandfunk esta quarta-feira.

Jens Spahn também garantiu que “ficaria satisfeito se tivéssemos uma vacina inicial boa” e também que “os russos não nos estão a dizer muito, [a vacina] não foi testada o suficiente”.

As observações de Jens Spahn coincidem com as do especialista americano em doenças infeciosas Anthony Fauci, que na terça-feira, 11 de agosto, referiu “ter sérias dúvidas” de que a Rússia tenha desenvolvido uma vacina segura e pronta para administrada.

Anthony Fauci lembrou que embora os EUA tenham vacinas em desenvolvimento, “se quiséssemos nos arriscar a magoar muitas pessoas ou dar-lhes algo que não funciona poderíamos começar a fazer isso na próxima semana, se quiséssemos, mas as coisas não funcionam assim”.

Além de Fauci e Spahn, vários cientistas suspeitam que a corrida precipitada às vacinas contra o novo coronavírus possa ter um efeito negativo e receiam que Rússia tenha “criado atalhos” para marcar pontos contra os seus rivais, de acordo com a Business Insider.

Em Portugal, a ministra da Saúde, Marta Temido, explicou esta quarta-feira que estão o Governo português está a acompanhar “com atenção” o fármaco registado na Rússia, mas pede atenção para as declarações da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o assunto.

Por sua vez, a OMS mencionou que deverá seguir os trâmites de pré-qualificação e revisão definidos e acrescentou que está em contacto com as autoridades russas e de outros países para analisar o progresso das diferentes investigações sobre as vacinas contra a Covid-19, segundo a agência Lusa.

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou esta terça-feira que a Rússia tornou-se no primeiro país do mundo a registar uma vacina contra a Covid-19, a sputkin V. De forma a garantir a segurança da vacina, o presidente russo assegurou que a mesma tinha sido administrada a uma das suas filha, segundo a Business Insider. “Sei que funciona com bastante eficácia, forma uma forte imunidade e, repito, passou em todos os testes necessários”, destacou Vladimir Putin.

Segundo o New York Times, parte da força militar russa foi igualmente vacinada e o ministério da Saúde russo sublinhou que uma dupla inoculação “permite uma imunidade longa”, que poderá durar “dois anos”.

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