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“Vamos continuar a lutar”. Negacionistas manifestam-se hoje em Lisboa

Movimento negacionista que insultou o presidente da Assembleia da República e o líder da ‘task force’ para a vacinação anunciou que vai organizar hoje “eleições paralelas” na capital: “as eleições decorrem no Marquês de Pombal. A contagem de votos será no Terreiro do Paço”.
  • Miguel A. Lopes/Lusa
26 Setembro 2021, 10h58

O movimento informal de cidadãos conhecido por negacionistas da Covid-19 tem hoje planeada uma manifestação na cidade de Lisboa, dia de eleições autárquicas em todo o país.

O evento está marcado para as 18 horas na Praça Marquês do Pombal com o objetivo de realizar “eleições paralelas: constituição versus ditadura”, segundo  a convocatória que anda a correr em páginas ligadas a este movimento.

O plano deste movimento passa depois por “marchar” até ao Terreiro do Paço. “As eleições decorrem no Marquês de Pombal. A contagem de votos será no Terreiro do Paço”, de acordo com a convocatória.

Na noite de sábado, este grupo de cidadãos realizou o seu último encontro em frente à Assembleia da República.

“Hoje despedimo-nos desta ação mas com outras já planeadas…e será já no domingo dia 3 na cidade do Porto que iremos falar de cidadania. “Vamos continuar, continuar a lutar, mas… precisamos de ser milhares nas ruas antes que seja tarde de mais”, afirmou Anabela Seabra, mais conhecida pelo nome de ‘Ana Desirat’.

“Durante este tempo, fizemos uma manifestação no dia 8 de setembro, estivemos na manifestação de 11 de setembro, dia em que certa figura do Estado resolveu provocar os portugueses”, escreveu em referência ao episódio em que o presidente da Assembleia da República foi insultado por dezenas de negacionistas.

Este episódio teve lugar no dia 11 de setembro. Eduardo Ferro Rodrigues encontrava-se a almoçar num restaurante junto à Assembleia da República quando foi detetado por manifestantes que estavam concentrados em frente ao Parlamento, segundo os vários vídeos que foram partilhados, e vistos pelo JE.

Várias palavras de ordem são gritadas pelos manifestantes visando Ferro Rodrigues: “Este restaurante está marcado, nunca mais nenhum cliente deste restaurante vai ter paz”; “assassino”; “não toca na Constituição”; “ditadura, não; liberdade, sim”; “revisão, não. liberdade, sim”.

Em vários vídeos, captados à porta do restaurante onde se encontrava Ferro Rodrigues, surge Ana Desirat a gritar palavras de ordem num megafone; esta uma das organizadoras dos protestos em Odivelas em meados de agosto quando o vice-almirante Gouveia e Melo, líder da ‘task force’ foi insultado, e que passou a ter proteção do corpo de segurança pessoal da Unidade Especial da PSP depois deste incidente.

Nas imagens (vídeos abaixo), é possível ver o político de 71 anos a almoçar enquanto várias pessoas em frente à janela onde se encontra insultam-nos por diversas vezes.

A dado momento, começam a chegar à porta do restaurante mais manifestantes vindo da Assembleia da República. Foi por esta altura que Ferro Rodrigues terminou o seu almoço e se dirige para a saída.

Cá fora, dezenas de manifestantes estão à sua espera; à medida que vai se dirigindo para o carro são ouvidos vários insultos ao presidente do Parlamento.

Dois dias depois, o Ministério Público anunciou que iria abrir a investigação aos insultos feitos por dezenas de negacionistas ao presidente da Assembleia da República.

“Confirma-se a instauração de inquérito que teve origem na participação dos factos por parte da PSP. O mesmo corre termos no DIAP de Lisboa”, disse fonte oficial da Procuradoria-Geral da República ao Jornal Económico a 13 de setembro.

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