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Vendas da Ibersol subiram 6,1% até setembro, mas lucros caíram 27%

Incluindo o efeito do aumento do salário mínimo, os custos com pessoal aumentaram 9,3% no período em análise.
20 Novembro 2019, 20h59

O volume de negócios consolidado da Ibersol nos primeiros nove meses deste ano ascendeu a 356,2 milhões de euros, o que representou um crescimento de 6,1% face ao período homólogo do ano passado.

O lucro consolidado foi de 17,5 milhões de euros, uma quebra de 26,7%, que os responsáveis da Ibersol não explicam.

De qualquer forma, incluindo o efeito do aumento do salário mínimo, os custos com pessoal aumentaram 9,3% no período em análise, “tendo o peso desta rubrica aumentado 30,8% do volume de negócios (29,9% em 2018)”.

De acordo com o comunicado enviado para a CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, “a evolução positiva do mercado da restauração, especialmente em Portugal, conjugado com o efeito das aberturas, contribuiu para o crescimento das vendas de restauração durante o período (…)”.

Esta evolução positiva permitiu também minimizar os impactos negativos da “redução do volume de negócios em Angola, resultado do acréscimo acentuado no consumo em paralelo com uma desvalorização cambial muito significativa (cerca de 32%) do kwanza face ao euro”, assim como “a redução do número de restaurantes concessionados no aeroporto de Barcelona a partir de maio de 2018, que determinou uma diminuição de quota de 70% para 40% de quota naquele mercado”.

“O impacto desta perda começa neste terceiro trimestre a ser anulado com a abertura da maioria dos espaços definitivos nas novas concessões em Espanha”, garante a administração da Ibersol.

Ao nível dos segmentos, os restaurantes tiveram um crescimento de 3,6% face ao período homólogo, “assegurando no terceiro trimestre um desempenho idêntico ao verificado no decorrer do primeiro trimestre”.

Também o EBITDA recuou, 9,2%, para 43,9 milhões de euros.

“O segmento de balcões, mesmo incluindo a atividade em Angola, registou uma vez mais um sólido desempenho, com as vendas de restauração a atingirem os 165 milhões de euros, o que representa um aumento de 10,1%. Este crescimento foi sustentado por 1) desempenho das marcas Burger King e KFC, que têm vinco a registar sucessivos ganhos de quota em Portugal e com taxas de crescimento influenciadas por um maior número de unidades em operação; 2) alargamento da cobertura de entregas ao domicílio através de agregadores a um maior número de unidades neste terceiro trimestre”, destaca o referido comunicado.

A Ibersol destaca ainda que os negócios agrupados na categoria de ‘concessões e ‘catering” cresceram 2,1% no período em análise face ao homólogo, “resultante do desempenho positivo da atividade de ‘catering’ que beneficiou da realização de eventos de maior dimensão e do início da operação em três novos espaços concessionados”.

“No decorrer deste período foi concluía a conversão total de 16 novos restaurantes (11 em Barcelona, quatro em Málaga, e um em Alicante) para os conceitos definitivos, o que tem permitido reduzir os impactos negativos da alteração do perímetro, provocados pelo encerramento e abertura dos restaurantes nas quatro novas concessões em Espanha (Barcelona, Málaga, Gran Canária e Alicante)”, sublinha o referido comunicado.

A Ibersol assinala ainda, neste período, se verificou “uma inversão na tendência de crescimento no tráfego de passageiros nos aeroportos das Canárias, com perdas acentuadas no terceiro trimestre nas concessões de Fuerteventura e Las Palmas, que comprometem o bom desempenho das unidades presentes nessas localizações”.

Nos primeiros nove meses deste ano, a Ibersol encerrou 14 unidades, nova das quais franquiadas, maioritariamente em Espanha.

“Dando seguimento à estratégia de expansão em novas concessões, teve início a exploração de cinco novas unidades, duas no aeroporto de Alicante, e as restantes nos aeroportos de Málaga, Gran Canária e AVE Girona, encontrando-se duas a operar ainda em formato provisório. Adicionalmente, concretizaram-se as aberturas de 12 ovas unidades próprias, novas das quais em Portugal, com a abertura de seis restaurante Burger King e três novas concessões. Em Espanha, concretizaram-se adicionalmente as aberturas de um restaurante Ribs e duas Pans”, esclarece o referido comunicado.

No final do terceiro trimestre deste ano, a Ibersol geria um total de 647 unidades de restauração, 528 próprias e 119 franquiadas.

Neste período, a empresa investiu cerca de 26 milhões de euros, dos quais 21,3 milhões de euros foram aplicados no plano de expansão e o restante na remodelação e modernização de um conjunto de restaurantes.

O endividamento manteve-se em linha com o verificado no período homólogo, na casa dos 78,5 milhões de euros.

Em termos de perspetivas, “em Portugal, prevê-se um ligeiro abrandamento do ritmo de crescimento das vendas, na linha do que se verificou nos últimos meses, enquanto em Espanha os crescimento serão mais moderados”.

“A incerteza do impacto do ‘Brexit’ na economia europeia e a redução do tráfego de passageiros, constitui um dos principais riscos no desempenho das concessões, nomeadamente nos aeroportos de destinos mais turísticos”, admite a administração da Ibersol.

Em Espanha, os responsáveis da empresa esperam concluir, até ao final deste ano, a abertura de todas as unidades que foram adjudicadas à Ibersol nos concursos ganhos em 2018 nos aeroportos de Barcelona, Gran Canária, Málaga e Alicante, com os conceitos definitivos.

Por seu turno, em Angola, “o recente agravamento do ritmo de desvalorização do kwanza determinará a continuação da diminuição do consumo”, enquanto “a incapacidade de aumentar os preços, ao ritmo da desvalorização verificada, continuará a acarretar uma diminuição da rentabilidade das nossas operações”.

“No que concerne à expansão, perspetivamos manter o ritmo de aberturas dos anos transatos em Portugal e, em Espanha, aberturas seletivas da Pans e Ribs”, assegura a administração da Ibersol.

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