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Venezuela cada vez mais contestada internacionalmente

Grupo de Lima afirma que as presidenciais, que Nicolás Maduro antecipou, não estão acauteladas em termos de participação livre e democrática.
13 Fevereiro 2018, 13h58

O Grupo de Lima, composto por doze países da América, realizará um novo enclave na capital do Peru para discutir as medidas que adotará à luz do anúncio da antecipação das eleições presidenciais na Venezuela, a decorrer a 22 de abril. O grupo, que não reconhece a Assembleia Constituinte da Venezuela e defende a aplicação da Carta Democrática Interamericana, considerou que as eleições, em que o atual presidente Nicolás Maduro tenta a reeleição, não garantirão um processo justo, livre, transparente e democrático.

Ao Grupo de Lima, composto por Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Brasil e Costa Rica, também se juntaram no último dias Estados Unidos, Guiana e Santa Lúcia.

A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, citada pela agência EFE, considerou que esta votação “não será livre ou justa, irá aprofundar as tensões nacionais” e será vista como antidemocrática e ilegítima aos olhos da comunidade internacional, “não refletindo a vontade do povo da Venezuela”.

Os Estados Unidos voltaram a apoiar o Grupo de Lima durante uma recente visita de seu secretário de Estado, Rex W. Tillerson, à capital peruana, onde agradeceu ao presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, por sua liderança na formação dessa liga.

Durante uma viagem por vários países latino-americanos, Tillerson antecipou a possibilidade da aplicação de novas sanções à Venezuela. Ao pedido dirigido pelos Estados Unidos à comunidade internacional para rejeitarem as eleições, respondeu, entre outros, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que anunciou que o seu país não reconhecerá os resultados se a votação não tiver garantias suficientes.

Por seu turno, o líder do Paraguai, Eladio Loizaga, disse que as próximas eleições na Venezuela não são “sinónimo de democracia”, desde que existam partidos de oposição desqualificados e prisioneiros políticos. “Eleições assim não cumprem os padrões mínimos do que é internacionalmente reconhecido como um processo eleitoral limpo, transparente e democrático”, disse.

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