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Ventura deixa aviso a Costa: “Reze para que dia 24 não lhe traga um grande dissabor”

O líder do Chega, André Ventura, deixou no ar que, se for eleito Presidente da República, pressionará o Executivo socialista a demitir os ministros da Justiça, Administração Interna e da Saúde, ou irá demitir o Governo.
6 Janeiro 2021, 16h51

O deputado único e presidente do Chega, André Ventura, aconselhou esta quarta-feira o primeiro-ministro, António Costa, a rezar para que as eleições presidenciais não lhe tragam um “dissabor”. André Ventura deixou no ar que, se for eleito Presidente da República, pressionará o Executivo socialista a demitir os ministros da Justiça, Administração Interna e da Saúde, ou irá demitir o Governo.

“Senhor primeiro-ministro, não sei se é religioso, mas reze muito para que o dia 24 de janeiro não lhe traga um dissabor muito grande”, começou por dizer o deputado único do Chega, a meio da discussão da renovação do estado de emergência por oito dias, entre os dias 8 e 15 de janeiro, referindo-se à data em que estão marcadas as eleições presidenciais, às quais é candidato.

André Ventura deixou implícito que, caso seja eleito Presidente, irá pressionar mudanças no Governo: “Se [dia 24] trouxer [um dissabor para António Costa] há uma coisa que lhe quero dizer: a senhora ministra da Justiça [Francisca Van Dunem], o ministro da Administração Interna [Eduardo Cabrita] e a ministra da Saúde [Marta Temido] estarão de saída do Governo de Portugal porque se não o fizer será o senhor que estará de saída do Governo de Portugal”.

O deputado único acusou o Governo de ter falhado aos portugueses “na preparação daquela que seria a segunda vaga de Covid-19” e antecipou que “em breve” o país poderá dizer que o Executivo socialista “falhou na preparação da tal terceira vaga que todos anunciam mas que o Governo não quer ver”.

“Sabemos bem que não precisamos deste estado de emergência porque, embora precisemos de medidas de emergência, há medidas que não precisamos. Medidas amplamente confusas. Não percebemos porque é que os estabelecimentos têm de fechar às 13h00 e outros às 16h00”, afirmou André Ventura.

O novo estado de emergência terá uma duração de oito dias, ao contrário do que tem sido habitual (15 dias), por não haver ainda dados suficientes relativos ao período natalício. Para evitar que haja um “vazio” legal até à reunião do Infarmed, marcada para terça-feira, dia 12, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu então estabelecer um estado de exceção mais curto do que os anteriores.

O decreto presidencial é semelhante ao anterior prevendo a imposição das “restrições necessárias” nos municípios com “níveis mais elevados de risco” e a possibilidade de ser decretado novamente o “confinamento compulsivo”. Continua também a estar previsto que a violação das normas do estado de emergência configura crime de desobediência.

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