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Vestager agradece à presidência portuguesa da UE progressos na Lei dos Mercados Digitais

“Gostaria de agradecer mais uma vez à presidência portuguesa pelos progressos alcançados”, afirmou a comissária europeia na conferência do Dia Europeia da Concorrência, este ano organizado pela Autoridade da Concorrência. Vestager quer Lei dos Mercados Digitais em vigor já em 2022.
15 Junho 2021, 11h51

A vice-presidente da Comissão Europeia e comissária para a Economia Digital e Sociedade, Margrethe Vestager, reiterou esta terça-feira agradecimentos à presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) pelos avanços no Digital Markets Act (ou Lei dos Mercados Digitais). Vestager afirmou também que espera a nova diretiva comunitária em vigor em 2022.

“Gostaria de agradecer mais uma vez à presidência portuguesa pelos progressos alcançados e a todas as autoridades nacionais da concorrência pelo seu empenho na discussão da Lei dos Mercados Digitais”, afirmou a comissária europeia na abertura da conferência do Dia Europeia da Concorrência, este ano organizado pela Autoridade da Concorrência(AdC).

Na sua intervenção, a vice-presidente da Comissão Europeia sublinhou o papel do Governo português nos progressos da nova norma comunitária, que preencherá “lacunas” no quadro europeu da concorrência. “No que diz respeito ao preenchimento das lacunas, adotamos a Lei dos Mercados Digitais e as propostas de subsídios externos. Ambas as propostas estão agora com os colegisladores, trabalhando a toda a velocidade, e esperamos que sejam adotadas em 2022”, disse.

“Precisamos de conceber a arquitetura europeia certa para lidar com as plataformas digitais. Uma característica central da arquitetura futura deve ser uma aplicação coerente da legislação e regulamentação da concorrência às plataformas digitais. Para aproveitar ao máximo a complementaridade entre a aplicação e a regulamentação da concorrência, precisaremos de mecanismos eficazes de cooperação e coordenação”, acrescentou.

A Lei dos Mercados Digitais é um dos caminhos adotados por Bruxelas para “preservar um ambiente competitivo tão relevante agora como sempre”, segundo Vestager.

Afirmando que a UE está atenta aos desenvolvimentos económicos e tecnológicos, a vice-presidente da Comissão Europeia sublinhou também “uma grande revisão da política [da concorrência]” iniciada por Bruxelas, no último ano. Margrethe Vestager explicou que alguns diplomas serão revistos para “aprimorar as ferramentas já existentes” nas diretrizes europeias para a concorrência, mas outros serão criados, como a Lei dos Mercados Digitais, para “complementar a caixa de ferramentas com novas ferramentas”.

Nesse sentido, e sem perder o foco das ramificações de questões concorrenciais, a comissária europeia relembrou que Bruxelas redobrou as atenções sobre as operações de concentração, salientando que novas orientações europeias para balizar esse esforço já são conhecidos. Em causa está o “Artigo 22” do Regulamento das Concentrações, cujo objetivo da revisão “é preencher uma lacuna de fiscalização que começou a aparecer à medida que a economia se transformava”.

Isto porque Bruxelas quer ter mais ferramentas e dar mais “flexibilidade” aos Estados-membros para controlar operações de concentração e, assim, combater eventuais monopólios.

Vestager lembrou, ainda, os casos dos processos abertos por Bruxelas contra Apple, Amazon e Facebook. E vincou que, no último ano, processos contra monopólios e a atuação em cartel das empresas levou a oito decisões finais que somavam coimas de 370 milhões de euros. “Os casos abrangeram desde o sector farmacêutico ao automóvel”, disse.

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