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Vice-governador do BdP diz que orçamento comum é fundamental ao euro

O vice-governador do Banco de Portugal (BdP) Luís Máximo dos Santos defendeu esta sexta-feira que a existência de um orçamento comum a nível europeu é fundamental ao reforço da união monetária europeia.
  • Cristina Bernardo
15 Novembro 2019, 19h32

No encerramento da conferência do Banco de Portugal “O euro 20 anos depois: a estreia, o presente e as aspirações para o futuro”, que decorreu hoje em Lisboa, Máximo dos Santos considerou a criação do euro um “acontecimento maior da história mundial”, pelas repercussões que teve e tem, mas que é preciso continuar a “progredir bastante na robustez adequada à União Económica e Monetária”.

“É fundamental completar a união bancária, a existência de um sistema comum de garantia de depósitos irá dar-lhe a coerência que agora não tem”, afirmou, referindo-se ao terceiro pilar da união bancária que está por executar.

Contudo, disse, mais importante ainda é “dotar [a união económica e monetária] de um instrumento orçamental para lidar com choques assimétricos”, incluindo através de estabilizadores automáticos.

O vice-governador defendeu ainda uma “melhor conciliação entre a política monetária centralizada e a política orçamental dos Estados-membros”.

Para Máximo dos Santos só com um euro forte pode a União Europeia “aspirar a ser bem-sucedida”, tanto internamente como no mundo.

As palavras de Máximo dos Santos que encerraram esta conferência estiveram em linha com os pensamentos trazidos por vários oradores.

O ex-membro da Comissão Executiva do Banco Central Europeu (BCE) Peter Praet também pediu um reforço da capacidade orçamental a nível europeu, com estabilizadores automáticos que consigam acomodar crises.

O também economista belga Paul de Grauwe previu que ainda tardará muito tempo até o euro se tornar num instrumento de poder da UE no mundo, como é o dólar para os Estados Unidos, devido às fragilidades da união monetária.

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