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Vice primeiro-ministro espanhol acusa Juan Carlos de fugir e quer que responda pelos seus atos no país

“A Espanha do século XXI já não tolera a corrupção nem o privilégio. Qualquer cidadão que cometa delitos deve dar a cara perante a justiça”, escreveu o líder do Podemos, abordando o facto de Juan Carlos I estar a ser alvo de suspeitas de fraude fiscal.
  • EPA / Paco Campos – Lusa
4 Agosto 2020, 09h47

O vice-primeiro-ministro espanhol (à direita na fotografia) criticou a saída de Juan Carlos de Espanha considerando-a uma “fuga” e defendendo que o monarca deve responder pelas suas ações em Espanha.

“A fuga para o estrangeiro de Juan Carlos de Bourbon é uma atitude indigna de um ex-chefe de Estado e deixa a monarquia numa posição muito comprometida. Por respeito à cidadania e à democracia espanhola, Juan Carlos I deveria responder pelas suas ações em Espanha e perante o seu povo”, lê-se no primeiro tweet de Iglesias.

“A Espanha do século XXI já não tolera a corrupção nem o privilégio. Qualquer cidadão que cometa delitos deve dar a cara perante a justiça”, escreveu o líder do Podemos, abordando o facto de Juan Carlos I estar a ser alvo de suspeitas de fraude fiscal, ainda que o declínio do rei emérito tenha começado em 2014 quando abdicou do trono para o filho e agora rei Felipe VI.

“A reivindicação de impunidade por supostos crimes graves por nada menos que um ex-Chefe de Estado causa enormes danos à democracia”, avançou o Pablo Iglesias. “É um dever para nós, que ocupamos cargos governativos, garantir pela exemplaridade e limpeza das instituições”, lê-se mais adiante.

“Um governo democrático não pode olhar para o outro lado, muito menos justificar ou saudar comportamentos que minam a dignidade de uma instituição-chave como o Chefe de Estado, e que são uma fraude contra a justiça”, adiantou o líder do Podemos.

A imprensa espanhola avança hoje que o rei emérito já estará na República Dominicana, onde vai permanecer durante algumas semanas.

O rei emérito está ser investigado após 100 milhões de dólares terem dado entrado num banco suíço para a Fundação Lucum, cujo primeiro beneficiário é Juan Carlos I. Desta conta, as investigações avançam que o pai do atual rei, fez levantamentos periódicos em nome da própria fundação, sendo que estes levantamentos excederam sempre os 100 mil euros mensais, entre 2008 e 2012.

O atual rei, que se tem mantido discreto, cancelou a dotação anual do Palácio Real ao próprio pai, estando esta avaliada em 194 mil euros anuais, podendo ser vista como um salário pelo desempenho das suas funções. Quando avançou com esta decisão, Felipe VI anunciou ainda que ia renunciar à herança do pai, de modo a “preservar a natureza exemplar da coroa” espanhola.

Imprensa espanhola avança que rei Juan Carlos está na República Dominicana

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