O antigo ministro do Trabalho e da Segurança Social, José António Vieira da Silva, afirma que a política de imigração do Governo e do Chega vão levar a bloqueios no mercado de trabalho. Pode olhar-se, diz, para este movimento de duas formas: ou como uma oportunidade ou diabolizando e o Governo escolheu a segunda forma ao fazer uma “aliança efetiva com o Chega”.
Em entrevista ao programa Conversa Capital, da Antena 1 e Jornal de Negócios, este domingo, 20 de julho, Vieira da Silva acusa o primeiro-ministro de ser “o maior risco para a estabilidade deste Governo” e de Luís Montenegro ter feito “uma aliança efetiva” com a extrema-direita com o pacote da imigração.
Lembra que nos últimos 10 anos, o número de trabalhadores dependentes a contribuir para a Segurança Social cresceu mais de 1 milhão de pessoas.
O antigo ministro acredita que o entendimento entre Governo e Chega não se estenderá às alterações às leis laborais e espera que, neste matéria, o parceiro privilegiado seja a concertação social.
Ainda em matéria laboral, olhando para o Programa do Governo, considera que se “agitam alguns fantasmas”, como é o caso de as pessoas recusarem trabalho e preferirem prestações sociais. Explica que o que essas pessoas recusam é o trabalho formal porque estão a trabalhar fora do sistema e por essa razão, conclui: “tem de se combater a economia paralela, não é as prestações sociais”.
Sobre a introdução de regimes complementares às pensões, aplicados de forma automática, Vieira da Silva tem a perspetiva que pode ser “precipitado e aventureiro” fazê-lo à custa das contribuições para a segurança social até porque os que entraram agora no sistema mais tarde também terão direito à reforma e a outras prestações.
Reconhece que a esquerda está enfraquecida e esta situação estende-se ao movimento sindical, refletindo-se este desinteresse da esquerda no sindicalismo mais na UGT. Em resposta à extrema-direita e à aliança com o Governo, Vieira da Silva aconselha o PS a fazer “pedagogia democrática”, sem se “pôr em bicos dos pés para ser parceiro preferencial” porque “não há um trio negocial”.
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