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Viktor Orbán, o “brilhante” e “diabólico” líder da Hungria

Vencedor pela terceira vez consecutiva das eleições legislativas na Hungria, o governante é contra imigrantes e refugiados, detestado por muitos líderes europeus e admirador de Putin.
11 Setembro 2018, 14h00

O primeiro-ministro da Hungria é um dos políticos mais controversos da Europa: o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, já lhe chamou ditador. A chanceler alemã, Angela Merkel, já o considerou “um homem perigoso”. Em entrevista ao “The New York Times”, o ex-conselheiro de Donald Trump na Casa Branca Steve Bannon chamou-lhe “brilhante” e “diabólico”.

Viktor Orbán apresenta-se como defensor da Hungria e da Europa contra os imigrantes e refugiados e coloca a soberania nacional acima de tudo – e em particular de Bruxelas. “A migração é como a ferrugem que devagar certamente consumiria a Hungria”, defendeu Orbán durante a campanha eleitoral realizada este ano.

Em abril, o chefe do governo garantiu um terceiro mandato com maioria absoluta numa campanha centrada numa política antiemigração e em promessas de pôr na ordem os media e organizações independentes denunciadas como “agentes da influência estrangeira” e “ameaças à segurança nacional”. Prometeu ainda baixar os impostos e promover políticas de crescimento económico.

Só em 1998 é que Orbán chegou ao poder. Criou uma coligação e foi preparado a entrada da Hungria na União Europeia – que agora critica – e que aconteceu só em 2004. Mas dois anos antes, os socialistas venceram as eleições e Orbán saiu do poder. Seria derrotado em 2006, de novo.

Após o regresso ao poder em 2010, o Fidesz (de centro direita) alterou a lei eleitoral a seu favor: com 45% dos votos em 2014, obteve dois terços dos assentos parlamentares. Eleições livres, mas não justas, considerou então a OCDE. Nesse ano, quando a Hungria sofria os efeitos da crise económica mundial, Orbán, o admirador de Putin, começou o primeiro mandato dos três consecutivos como primeiro-ministro.

Licenciado na Faculdade de Direito de Budapeste, estudou na Universidade de Oxford durante um ano, para onde conseguiu ir com uma bolsa financiada pelo multimilionário George Soros. No entanto, depois de enfrentar hostilidades do governo húngaro, Soros decidiu fechar o escritório da sua fundação em Budapeste e abrir um novo em Berlim. Soros foi um dos alvos de Orbán na última campanha eleitoral, com o líder húngaro a apontar o dedo ao milionário pela sua defesa da integração de migrantes.

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