Uma das poucas certezas que tanto o lado de Bruxelas como o de Londres tinham quando os britânicos votaram maioritariamente a favor do Brexit era que isso iria impor uma forte pressão sobre a fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte que, mais cedo ou mais tarde, resultaria no regresso dos conflitos entre o lado católico e o lado protestante. A única dúvida era saber quando é que a estreita margem entre tensão e violência iria ser ultrapassada. “Foi uma questão empurrada para a frente pela barriga”, declara ao JEo analista Francisco Seixas da Costa, para quem era evidente que a violência regressaria.
Numa guerrilha que desgraçadamente não terá nunca vencedores, o aumento da tensão veio deixar a descoberto o que os dois lados – com Londres desde sempre a monitorizar – quiseram esconder: por muito que a União Europeia tenha suavizado o conflito, as ruas cortadas por barricadas, as pichagens provocatórias e o ambiente político nunca deixaram de marcar os dias tensos dos dois lados da fronteira, que nunca deixaram de existir a não ser nas cimeiras de chefes de Estado e de governo e nos tratados que os altos signatários foram concluindo desde que, em 10 de abril de 1998, foi assinado o Acordo de Sexta-feira Santa.
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