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Presidentes do Paraguai e da Colômbia chegam à fronteira com a Venezuela

As primeiras notícias de confrontos entre civis e militares dão conta de dois mortos e seis feridos. Os embates na fronteira são o pior cenário que o país pode enfrentar neste momento.
  • National Interest
22 Fevereiro 2019, 15h24

O Presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, chegou a Cucúta, fronteira da Colômbia com a Venezuela, onde se reuniu com o seu homólogo colombiano, Iván Duque, não sem antes afirmar que “viemos ratificar o nosso compromisso e solidariedade com o povo venezuelano”. “Hoje, a tirania está perto desse fim que esperamos todos, de ver a Venezuela livre”, acrescentou.

Deste modo, a comunidade internacional continua a manifestar o seu apoio à oposição venezuelana que, segundo os últimos relatos, continua a convergir para a fronteira. O próprio Juan Guaidó diz que estará na fronteira para receber a ajuda humanitária. O regime é que não está a facilitar – segundo informações das agências internacionais, a grada civil pode ter tomado um aeroporto (de Santa Elena) como medida de segurança para que nenhuma aeronave vinda em auxílio da oposição aí venha a aterrar. Como parece claro, este tipo de operações pode acontecer em qualquer outra infraestrutura do país.

O líder da oposição, Juan Guaidó, apelou aos militares venezuelanos para que não aceitem instalar a violência junto da fronteira do país e pediu para que não se oponham à entrada de ajuda humanitária. “Como querem ser recordados no fiuturo?”, questionou Guaidó, para dar a entender que cada militar tem uma escolha a fazer: ser parte da repressão, ou da libertação.

Entretanto, a comunidade internacional está a apelar à calma, para que os incidentes já registados não venham a redundar num banho de sangue.

O pior cenário que os analistas indicavam como possível parece já estar a verificar-se: há notícias de confrontos entre civis e militares algures na fronteira entre a Venezuela e o Brasil, e as agências internacionais falam, para já, em dois mortos e seis feridos.

A violência dá-se num local para onde estavam a convergir civis venezuelanos que procuravam a ajuda humanitária que se espera para este fim-de-semana ao longo de vários pontos da fronteira. Durante o dia de ontem, o regime deslocou para a fronteira um contingente militar, na tentativa de impedir que a ajuda humanitária solicitada pela oposição entrasse no país.

Juan Guaidó, líder da oposição e autonomeado presidente interino, pediu para que a população se aproximasse da fronteira para receber a ajuda humanitária que Maduro se recusa a deixar entrar no país.

A deslocação de tropas para essas zonas fazia temer o pior – e nem o facto de vários dirigentes internacionais terem dito que se deslocarão até à linha de fronteira foi suficiente para levar o regime de Maduro a recuar.

Entretanto, o governo russo acusou hoje os Estados Unidos e a NATO de planearem entregar armas à oposição venezuelana, para derrubar Nicolas Maduro. A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, disse em Moscovo que os Estados Unidos têm planos para deslocar forças especiais para junto de território venezuelano, ao mesmo tempo que procuram encontrar formas de introduzir armas no país.

O “suposto comboio de ajuda humanitária”, que deverá entrar sábado na Venezuela pela fronteira colombiana, é um pretexto para uma intervenção militar. disse Zakharova, considerando que o governo norte-americano está a preparar uma ação “para remover do poder o atual presidente legítimo da Venezuela”.

Nicolas Maduro mandou já fechar a fronteira terrestre com o Brasil e ameaça fazer o mesmo com a fronteira com a Colômbia, usando o mesmo argumento de Moscovo, ou seja referindo a intenção dissimulada de uma intervenção militar. É na primeira que estão a dar-se os primeiros confrontos.

(em atualização)

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