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Visa investe em solução de pagamento com base na tecnologia blockchain

A blockchain não é a única inovação tecnológica para que a Visa está a olhar. A proliferação de ‘fintech’ e a entrada de grandes gigantes tecnológicas nos sistemas de pagamentos são questões vistas como positivas pela empresa, que procura novas parcerias.
  • Cristina Bernardo
22 Março 2018, 09h05

A Visa está a apostar nas potencialidades da blockchain no futuro do mundo financeiro e não quer passar ao lado do crescente interesse das empresas pela tecnologia, que ficou amplamente conhecida como base para as criptomoedas. Em entrevista ao Jornal Económico, Paula Antunes da Costa, diretora-geral da Visa Portugal, anunciou que a empresa tem um novo projeto em curso.

“Estamos a investir, acreditamos na tecnologia blockchain e, por isso, estamos a fazer parcerias com empresas desta área, que façam sentido para melhorar soluções de pagamento”, afirmou.

Neste momento, a Visa está a trabalhar em parceria com a startup Chain, que fornece soluções corporativas com base em blockchain. “Vai permitir à Visa desenvolver um serviço que se chama B2B Visa Connect, que é precisamente para facilitar as instituições financeiras a transferência de pagamentos entre empresas (portanto, business to business) de elevado montante”, referiu Paula Antunes da Costa.

A diretora-geral da Visa Portugal explicou que o serviço, que “está prestes a ser lançado”, é apenas um exemplo prático de como têm vindo a apostar na blockchain para os pagamentos.

Questionada sobre se existem mais projetos em curso, a responsável respondeu: “Este é aquele de que posso falar…” Acrescentou que a empresa está atenta a oportunidades que possam surgir na área.

“A blockchain tem potencial para ser disruptiva porque é uma tecnologia disruptiva em si mesma. Penso que dependerá de cada um dos players e cada uma das instituições entender como é que poderá ajudar a desenvolver o negócio. Nós, claramente, vemos esse interesse e esse valor, daí estarmos a explorar a tecnologia com parceiros. A própria banca portuguesa está a atenta e está a trabalhar para perceber como é que a blockchain pode ajudar a melhorar processos e soluções”, afirmou, sublinhando o potencial da tecnologia em melhorar a eficiência dos processos bancários e financeiros.

Grandes gigantes tecnológicas não são concorrentes, mas sim parceiras da Visa

A blockchain não é a única inovação tecnológica para que a Visa está a olhar. A proliferação de fintech e a entrada de grandes gigantes tecnológicas como a Amazon ou a Apple nos sistemas de pagamentos são questões vistas com bons olhos pela empresa, que procura oportunidades para estabelecer parcerias.

“Para nós é uma evolução natural… Eu costumo dizer que a Visa é talvez a fintech mais antiga do mundo porque nós começámos há 60 anos precisamente na área da tecnologia dos pagamentos”, diz Paula Antunes da Costa.

A Visa já tem parcerias estratégicas com a Apple Pay, com a Samsung e a Google, sendo que a diretora-geral considera que a evolução está a ser encarada pela empresa de forma tranquila e natural.

A nível interno, criaram um centro de inovação em Londres, há um ano, para darem resposta de se aproximarem dos clientes, mas também de parceiros como empresas de tecnologia, comércio e fintechs. O objetivo é aumentar a oferta de soluções. Exemplo disso, é que, após 60 anos de existência enquanto plataforma privada e fechada, a Visa abriu a plataforma própria, dando a possibilidade a clientes e parceiros de acederem a application program interfaces (API).

“O mercado evolui e temos de corresponder às necessidades dos consumidores. Se o consumidor tem uma necessidade específica por determinado tipo de tecnologia ou solução para desenvolver a sua atividade bancária e financeira, temos de corresponder a essa necessidade”, afirmou a diretora-geral da Visa Portugal.

Sobre o futuro, acrescentou: “Estamos, naturalmente abertos, a qualquer parceria que faça sentido e acrescente valor para os nossos clientes”.

Leia a entrevista completa a Paula Antunes da Costa, diretora-geral da Visa Portugal, na edição impressa do Jornal Económica da próxima sexta-feira.

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