[weglot_switcher]

Vítor Constâncio sobre crédito de Berardo: “Não me lembro. Estou a investigar”

Segundo o jornal Público, Vítor Constâncio omitiu dos deputados portugueses que autorizou Joe Berardo a levantar 350 milhões de euros na Caixa Geral de Depósitos. Esta autorização do então governador do Banco de Portugal permitiu ao empresário usar este dinheiro para comprar ações do banco rival , o BCP.
7 Junho 2019, 14h28

O antigo governador do Banco de Portugal diz que não se recorda de ter aprovado um crédito de 350 milhões de euros a Joe Berardo, conforme avançou o jornal Público esta sexta-feira, 7 de junho.

“Não me perguntaram sobre isto e ainda estou a investigar. Não tenho memória de algo deste género de há 15 anos e normalmente o supervisor (enquanto instituição) não tem interferência em operações concretas desta natureza”, reagiu Vítor Constâncio na rede social Twitter.

Segundo o jornal Público, Vítor Constâncio omitiu dos deputados portugueses que autorizou Joe Berardo a levantar 350 milhões de euros na Caixa Geral de Depósitos. Esta autorização do então governador do Banco de Portugal permitiu ao empresário usar este dinheiro para comprar ações do banco rival , o BCP.

De acordo com o jornal, esta informação coloca em causa o depoimento de 28 de março deste ano na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Nesta audição, o ex-governador do BdP disse: “Como é óbvio”, por “ser impossível”, o Banco de Portugal não podia saber que a CGD ia financiar Berardo, antes de o crédito ser dado.

Em agosto de 2007, durante a guerra de poder pelo controlo do BCP, o conselho de administração do Banco de Portugal presidido por Vítor Constâncio, reuniu-se para aprovar um ponto: autorizar uma operação de crédito a Joe Berardo, escreve o Público.

Esta operação consistia num reforço da posição de Joe Berardo no BCP, de 3,99% para 9,99%, através de um financiamento de 350 milhões de euros pela Caixa Geral de Depósitos, mediante a promessa de penhora dos títulos que seriam adquiridos, sem garantias reais, escreveu o jornal diário.

“Claro que [o BdP] só tem conhecimento delas [operações de crédito] depois” de os bancos as efetivarem, afirmou no Parlamento. “Como é óbvio! É natural! Essa ideia de que [o BdP as] pode conhecer antes é impossível!”, disse na AR em março citado pelo Público.

 

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.