Maria Kolesnikova, representante da oposição partidária bielorrussa, tem sido alvo de uma escalada de ameaças de acordo com os seus próprios relatos, numa altura em que o país atravessa uma onda de protestos e uma instabilidade política.
Depois de ter sido raptada por três homens encapuzados, na segunda-feira, 7 de setembro, que a levaram até à fronteira com a Ucrânia e tentaram expulsá-la do país, Kolesnikova conta agora que durante essa tentativa falhada de deportação, temeu pela própria vida.
“Foi-me dito que se eu não deixasse voluntariamente a República da Bielorrússia, que seria retirada de qualquer maneira, viva ou em pedaços”, cita a “Reuters” as declarações da responsável, que adianta ainda terem havido “ameaças de me prender até 25 anos ”.
“Os agentes de segurança proferiram ameaças à minha vida e saúde, que considerei reais”, continuou.
A advogada da representante da oposição, Lyudmila Kazak, já apresentou uma queixa criminal contra as autoridades bielorrussas, incluindo a polícia de segurança da KGB, por sequestro, detenção ilegal e ameaças de assassinato, avançou o portal de notícias “Tut.By”.
No mesmo dia do rapto, três outros membros do partido de Maria Kolesnikova, Anton Rodnenkov e Ivan Kravtsov desapareceram. Os três ativistas foram posteriormente levados para a fronteira de Alexandrovka com a Ucrânia.
Maria Kolesnikova foi parceira de campanha da candidata da oposição Svetlana Tikhanovskaya, que muitos apontam ter conquistado a vitória contra o presidente de longa data, Alexander Lukashenko, nas disputadas eleições de 9 de agosto, na Bielorrússia.
A 11 de agosto, Svetlana Tikhanovskaya anunciou que iria para a Lituânia por motivos de segurança, segundo a “Reuters”. A onda de violência que motivada pela revolta da reeleição de Alexander Lukashenko fez com que Svetlana Tikhanovskaya tenha saído da Bielorrúsia. No entanto, mesmo à distância, Tikhanovskaya apelou ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para que recorresse “a todos os mecanismos” para travar o atual regime político bielorrusso.
A União Europeia respondeu ao pedido da líder da oposição e depois de ter rejeitado os resultados das eleições, anunciou sanções económicas a 31 altos funcionários da Bielorrússia, incluindo o ministro do Interior daquele país, Yuri Karaev, já em setembro, de acordo com a “Reuters”.
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