[weglot_switcher]

“Viva ou em pedaços”. Líder dos protestos na Bielorrússia denuncia tentativa de deportação

Maria Kolesnikova conta que no sequestro de 7 de setembro, os três homens encapuzados ameaçaram-na de morte. “Os agentes de segurança proferiram ameaças à minha vida e saúde, que considerei reais”, contou.
10 Setembro 2020, 16h12

Maria Kolesnikova, representante da oposição partidária bielorrussa, tem sido alvo de uma escalada de ameaças de acordo com os seus próprios relatos, numa altura em que o país atravessa uma onda de protestos e uma instabilidade política.

Depois de ter sido raptada por três homens encapuzados, na segunda-feira, 7 de setembro, que a levaram até à fronteira com a Ucrânia e tentaram expulsá-la do país, Kolesnikova conta agora que durante essa tentativa falhada de deportação, temeu pela própria vida.

“Foi-me dito que se eu não deixasse voluntariamente a República da Bielorrússia, que seria retirada de qualquer maneira, viva ou em pedaços”, cita a “Reuters” as declarações da responsável, que adianta ainda terem havido “ameaças de me prender até 25 anos ”.

“Os agentes de segurança proferiram ameaças à minha vida e saúde, que considerei reais”, continuou.

A advogada da representante da oposição, Lyudmila Kazak, já apresentou uma queixa criminal contra as autoridades bielorrussas, incluindo a polícia de segurança da KGB, por sequestro, detenção ilegal e ameaças de assassinato, avançou o portal de notícias “Tut.By”.

No mesmo dia do rapto, três outros membros do partido de Maria Kolesnikova, Anton Rodnenkov e Ivan Kravtsov desapareceram. Os três ativistas foram posteriormente levados para a fronteira de Alexandrovka com a Ucrânia.

Maria Kolesnikova foi parceira de campanha da candidata da oposição Svetlana Tikhanovskaya, que muitos apontam ter conquistado a vitória contra o presidente de longa data, Alexander Lukashenko, nas disputadas eleições de 9 de agosto, na Bielorrússia.

A 11 de agosto, Svetlana Tikhanovskaya anunciou que iria para a Lituânia por motivos de segurança, segundo a “Reuters”. A onda de violência que motivada pela revolta da reeleição de Alexander Lukashenko fez com que Svetlana Tikhanovskaya tenha saído da Bielorrúsia. No entanto, mesmo à distância, Tikhanovskaya apelou ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para que recorresse “a todos os mecanismos” para travar o atual regime político bielorrusso.

A União Europeia respondeu ao pedido da líder da oposição e depois de ter rejeitado os resultados das eleições, anunciou sanções económicas a 31 altos funcionários da Bielorrússia, incluindo o ministro do Interior daquele país, Yuri Karaev, já em setembro, de acordo com a “Reuters”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.