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Wall Street com fecho animado depois do fantasma da recessão estar a desaparecer

A motivar os investidores está a aceleração surpreendente da atividade industrial chinesa, o que afasta alguns receios em torno da economia global. Os investidores estão hoje a exigir juros mais elevados a 10 anos do que a 3 meses nos EUA.
  • Reuters
1 Abril 2019, 21h15

Wall Street registou ganhos sólidos de 1% após os dados macroeconómicos sólidos na China terem diminuído as preocupações sobre uma recessão económica global. Os dois índices que medem a atividade do setor industrial, o oficial e o que elabora a consultoria Caixin, surpreenderam positivamente apontando para uma expansão da atividade no mês de março.

O Dow Jones subiu 1,14% para 26.224,6 pontos; o S&P 500 ascendeu 1,03% para 2.863,6 pontos e o Nasdaq valorizou 1,18% para 7.820,3 pontos.

Os bons dados da China foram catalisadores de ganhos para o mercado de ações perante a aceleração surpreendente da indústria, o que afasta alguns receios em torno da economia mundial. Nos EUA assistimos a um registo acima do esperado do ISM Indústria, trazendo ânimo extra.

Mas a justificar o ânimo dos investidores está o facto de a inversão da curva de rendimentos dos títulos de dívida se ter desfeito, o que era visto como um sinal de recessão ou como um sinal de a Fed poderá ter de cortar os juros, dissipou-se.

Os investidores estiveram hoje a exigir juros mais elevados a 10 anos do que a 3 meses nos EUA (yield 10 anos – yield 3 meses voltou a ser positivo).

Em termos técnicos, a inversão da curva acontece quando os juros da dívida pública a três meses superam os juros das obrigações do Tesouro a dez anos – tendencialmente mais elevados, num cenário dito “normal”, porque os investidores “cobram” mais para terem o seu dinheiro investido numa maturidade mais longa.

Os setores cíclicos são quem mais beneficiaram deste momentum com os Recursos Naturais e o Automóvel a subirem mais de 3%. A Ford subiu 2,28% e a Tesla ganhou 3,33%.

As ações da Lyft, um dos principais rivais Uber, começaram a ser negociadas na sexta-feira em Wall Street, com aumentos de 8%, mas hoje cairam 11,85% abaixo do preço de entrada em bolsa. Especificamente, a empresa foi colocada a 72 dólares e fechou nos 68,88 dólares por título.

No entanto, os lucros são generalizados em quase todos os setores. O índice KBW Banks, que inclui os principais bancos americanos, avançou 2,93%. Por outro lado, o índice de semicondutores da Filadélfia, que inclui fabricantes de chips, subiu 2,49%.

As vendas a Retalho nos EUA mantêm trajetória de arrefecimento. Mas o mercado não avaliou negativamente esta queda de 0,2% em fevereiro, abaixo do esperado aumento de 0,3%. Excluindo o Automóvel, as vendas do retalho caíram 0,4%, bem abaixo do esperado aumento de 0,4%.

Por outro lado, o ISM industrial de março nos EUA recuperou de 54,2 para 55,3, acima da estimativa de 54,2 prevista pelo consenso. Por fim, os gastos com construção aumentaram 1% em fevereiro, acima dos 0,4% esperados.

O petróleo disparou. Os futuros do crude West Texas sobem 2,48% para 61,63 dólares e o Brent em Londres sobe 2,2% para 69,97 dólares.

Por sua vez, euro depreciou-se 0,07%, para 1,1212 dólares.

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