[weglot_switcher]

Wall Street faz o pleno, mas sem plano

Apesar de ser inegável o excelente comportamento do mercado accionista este ano, importa não entrar em euforias, são elas que geralmente levam os investidores à ruína.
27 Novembro 2019, 10h50

Que dizer da sessão de ontem em Wall Street? Novos máximos históricos mas com variação residual, média de 0,14% para os três índices principais, e um volume que foi ligeiramente mais reduzido que o habitual. Para não variar o motivo principal para a pressão compradora foi o optimismo criado sobre a possibilidade de um acordo parcial ainda este ano, que coloque um travão na escalada do conflito comercial que opõe as duas maiores economias do mundo.

Sentimento positivo que nasceu de uma notícia de um jornal estatal chinês que dava conta de uma aproximação das partes no sentido de um entendimento, ou seja mais do mesmo, o que há uns anos seria classificado como notícia enganadora e manipuladora, mas que hoje, depois da influência impune que Trump tem tido nos mercados, já é o novo normal.

Mas se Wall Street está em níveis nunca antes alcançados, é preciso ter igualmente consciência da fragilidade técnica do movimento, para além da falta de motivos fundamentais.

É que desde Outubro os ganhos têm sido conseguidos principalmente à conta de um punhado de títulos, Apple e Microsoft por exemplo valem mais de 20% da subida do S&P500 desde então, e se juntarmos a Google e o Facebook chegamos perto da fasquia dos 30%, sendo que para além do peso substancial que estas empresas têm nos índices é ainda maior a força de arrasto que emanam, espalhando a pressão compradora por diversos sectores e índices.

Apesar de ser inegável o excelente comportamento do mercado accionista este ano, importa não entrar em euforias, são elas que geralmente levam os investidores à ruína. Até porque este ano as empresas com pior saúde financeira do S&P500, mais dívida e menos cash flow, valorizaram mais do que as empresas com melhor posição financeira, o que não abona muito pela sustentabilidade do movimento ascendente.

No mercado cambial destaque para o deslize de -0,3% da libra inglesa para os $1,2864, num dia em que o US dólar pouco se mexeu e onde o euro conseguiu um ganho muito ligeiro de 0,1% para os $1,1024.

O gráfico de hoje é da Apple, o time-frame é diário.

 

Os títulos da fabricante dos iPhones têm nas linhas verde e laranja os suportes mais fortes, caso exista uma correcção do valor da empresa.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.