Os três principais índices norte-americanos fecharam esta terça-feira com quedas superiores a 1%, após as yields das Treasuries a 10 anos terem subido para o valor mais elevado em sete anos. Dados do retalho que lançaram dúvidas sobre a inflação e novas tensões comerciais entre EUA e China também penalizaram Wall Street.
As vendas do retalho nos EUA aumentaram 0,3% em abril, com o aumento nos preços da gasolina a penalizar os gastos discricionários, de acordo com o Departamento de Comércio dos EUA.
Excluindo gasolina, automóveis, materiais de construção e serviços de alimentação, as vendas subiram a um ritmo mensal mais acelerado que no mês anterior (0,4%), sugerindo que o consumo está a acelerar após um recuo no primeiro trimestre.
Como reação aumentaram as expetativas de que a Reserva Federal suba a federal funds rate quatro vezes no total no ano (em vez de três) e as yields das Treasuries a 10 anos subiram para o nível mais elevado desde julho de 2011, para 3,066%.
“Realmente indica que não há justificação nenhuma para a Fed desacelerar o ritmo de crescimento, o que indica que talvez este caminho de subidas [nos juros de referência do banco central] e as yields de longo prazo são reais”, afirmou Anthony Chan, economista-chefe do JP Morgan, em Nova Iorque, à agência Reuters.
Em Wall Street, o índice industrial Dow Jones caiu 0,78% para 24.706,41 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 recuou 0,71% para 2.710,62 pontos e o tecnológico Nasdaq perdeu 0,81% para 7.351,63 pontos.
No mercado cambial, o dólar valorizou 0,70% contra o euro para 1,1843, 0,32% contra a libra para 1,351. Face à moeda japonesa, o dólar apreciou-se 0,60% para 110,32 ienes.
Os investidores continuam também preocupados com as negociações de alto nível entre a China e os Estados Unidos que devem começar esta semana em Washington. O embaixador dos EUA na China, Terry Branstad, disse que os dois países continuam “muito distantes” de uma solução para os conflitos tarifários, enquanto o assessor económico da Casa Branca, Larry Kudlow, acrescentou apoiar os esforços para chegar a um acordo.
“Em termos gerais, há uma disputa comercial, não uma guerra comercial”, acrescentou Chan “A longo prazo, esperamos que as questões comerciais se resolvam, mas no dia-a-dia levam a alguma preocupação dos investidores”.
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