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Wall Street: Teremos uma terça-feira cinzenta a seguir à segunda-feira negra?

Depois da ‘segunda-feira negra’ nos mercados norte-americanos, com Wall Street a registar o pior tombo desde abril de 2011, as ações prolongam as perdas esta terça-feira. O dólar recupera face às principais pares e o índice de volatilidade disparou para máximos de agosto de 2015.
  • Reuters
6 Fevereiro 2018, 14h50

À segunda-feira negra parece seguir-se uma terça-feira cinzenta nos principais índices acionistas norte-americanos. Wall Street abriu em queda, uma tendência que mantém há três sessões, causada por correções face às fortes valorizações das primeiras semanas do ano e à pressão da subida da inflação. O índice de medo disparou para níveis de agosto de 2015.

“O catalisador do maior sell-off nas ações norte-americanas em seis anos está a ser culpado por uma realização atrasada que as pressões da inflação estão a ser mais rápidas que antecipado”, explicou o economista do banco ING, James Knightly, à agência Reuters. “Como tal, parece ser mais uma correção saudável que um o início de uma re-avaliação mais alargada dos resultados”.

O índice Dow Jones abriu a cair 0,17% para 24.305,02 pontos, depois de ter fechado com um tombo de 4,6% na última sessão. Já o financeiro S&P perde 1,69% para 2.604,15 pontos, após uma queda de 4,1%, e o tecnológico Nasdaq cai 0,02% para 6.966,44 pontos, depois dos 3,78% de ontem.

Andre Bakhos, managing director do New Vines Capital, sublinhou que “a volatilidade voltou de repente ao mercado”, numa altura em que o índice VIX, que mede a volatilidade das opções sobre ações do S&P 500, negoceia nos 30,30 pontos, tendo já ultrapassado os 31 pontos, valor que não tocava desde agosto de 2015.

As subidas no valor das ações desde 2009 têm sido impulsionadas pela política monetária expansionista da Reserva Federal dos EUA e, mais recentemente, pelas políticas de Donald Trump (com o corte nos impostos para as empresas e expetativas de um mega investimento público em infra-estruturas). No entanto, a normalização e subidas nos federal funds rates para níveis pré-crise estão a criar stress no mercado.

“As quedas nos mercados são íngremes e viciosas e estão a promover um sentimento de medo que leva a comportamentos irracionais. Por isso, o mercado é agora impulsionado pelo medo de taxas [de juro] e salários. Basicamente significa que as boas notícias agora são más notícias”, acrescentou Bakhos.

O mercado de dívida e cambial seguem as ações. As yields das Treasuries a 10 anos tinham disparado para máximos de janeiro de 2014, nos 2,885%, e caíram para 2,77% esta terça-feira.

O dólar recupera das fortes desvalorizações da semana passada face às pares europeia, britânica e japonesa. Esta terça-feira, a moeda norte-americana aprecia-se 0,19% para 0,810 euros, 0,53% para 0,720 libras e 0,41% para 109,54 ienes.

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