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Washington impõe sanções contra empresa chinesa acusada de apoiar censura na Venezuela

O tesouro norte-americano vai congelar todas as participações nos EUA da Corporação Nacional de Importação e Exportação de Eletrónicos da China (CEIEC) e qualquer empresa na qual o grupo chinês detenha uma participação de pelo menos 50%.
1 Dezembro 2020, 14h37

Os Estados unidos decidiram impor sanções contra uma grande empresa estatal chinesa de produtos eletrónicos, acusada de ajudar a Venezuela a censurar vozes críticas na Internet.

O Tesouro norte-americano vai congelar todas as participações nos EUA da Corporação Nacional de Importação e Exportação de Eletrónicos da China (CEIEC) e qualquer empresa na qual o grupo chinês detenha uma participação de pelo menos 50%.

Estas sanções também bloqueiam o acesso da estatal chinesa ao sistema financeiro norte-americano.

Segundo Washington, a CEIEC tem vindo a partilhar a sua experiência com a estatal venezuelana de telecomunicações, que bloqueou a imprensa independente ou as transmissões do líder da oposição, Juan Guaidó, reconhecido como Presidente interino pelo Governo dos Estados Unidos e muitos outros países europeus e sul-americanos.

A empresa chinesa oferece, segundo o Tesouro dos EUA, uma “versão comercial do ‘Grande Firewall’ da China”, numa referência ao sistema de censura de Pequim, que bloqueia vários portais, redes sociais ou palavras-chave consideras politicamente sensíveis pelo Partido Comunista Chinês, partido único do poder.

“Os Estados Unidos não hesitarão em atingir todos aqueles que sufocam a vontade democrática dos venezuelanos e de outros povos ao redor do mundo”, advertiu o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em comunicado.

A China é um dos principais parceiros comerciais e aliados do Presidente, Nicolás Maduro, que está a resistir às pressões económicas de Washington para o tirar do poder.

O Governo venezuelano, por sua vez, denunciou em comunicado as “ações ilegais do Governo dos Estados Unidos” que visam “desestabilizar” o país, com a aproximação das eleições parlamentares.

Caracas está a organizar eleições legislativas no domingo, durante as quais o líder socialista espera retomar o controlo da Assembleia Nacional, a única instituição dominada pela oposição.

Juan Guaidó pede um boicote ao que considera, como muitos observadores internacionais, um processo fraudulento.

Segundo o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, o CEIEC “apoia os esforços perversos do regime de Maduro para suprimir a dissidência política e minar os processos democráticos desde 2017”.

“As tentativas desesperadas de Maduro de manipular o processo democrático mostram sem sombra de dúvida que qualquer eleição organizada por um regime ilegítimo não será livre nem justa, começando com as eleições parlamentares de 06 de dezembro”, disse em comunicado.

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