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Web Summit retira convite a Marine Le Pen

Patrick Cosgrave, co-fundador da cimeira tecnológica, explicou na rede social Twitter que, tendo em conta os conselhos que os responsáveis pelo evento receberam, concluiu que a presença da dirigente política francesa é “desrespeitosa, em particular para o nosso país anfitrião”.
  • António Cotrim/Lusa
15 Agosto 2018, 12h32

Está desfeita a dúvida sobre a vinda de Marine Le Pen a Portugal, no próximo mês de novembro, para discursar naquela que é considerada a maior cimeira tecnológica do mundo. A organização da Web Summit retirou o convite dirigido à dirigente política francesa, na sequência das críticas que proliferaram nas redes sociais, nomeadamente por parte de diversas personalidades políticas nacionais.

E foi exatamente através das redes sociais que Patrick Cosgrave, co-fundador da cimeira tecnológica, explicou que, tendo em conta os conselhos que os responsáveis pelo evento receberam, concluiu que a presença de Marine Le Pen é “desrespeitosa” para o país, “o nosso país anfitrião”. “É também desrespeitosa para algumas das muitas dezenas de milhares de participantes que se juntam a nós de todo o mundo”, acrescentou, numa publicação na sua conta oficial da rede social Twitter.

O empreendedor irlandês disse ainda que a “questão do ódio, da liberdade de expressão e das tecnologias de plataforma são uma das questões que definem o ano de 2018” e assegurou que a organização da conferência, que se realiza entre os dias 6 a 8 de novembro, em Lisboa, vai redobrar os esforços para abordar “com mais cuidado” esse tema “difícil”.

O anúncio surgiu pouco depois de o Ministério da Economia ter garantido que não iria pedir à organização da cimeira tecnológica para cancelar a vinda da número um do partido de extrema-direita Reunificação Nacional. Numa nota enviada à “TSF”, o Executivo informou que “estando, pelo seu impacto, empenhado no acolhimento deste evento privado, não tem, como em outros eventos, intervenção na seleção de oradores”.

“Na Web Summit, somos ambiciosos por ser uma plataforma reconhecida de debate rigoroso. Nos últimos anos, juntámos palcos privados e públicos especificamente para um diálogo sólido sobre questões controversas e marcantes do nosso tempo. Mas ainda temos muito a aprender”, confessou ainda o porta-voz da Web Summit.

Patrick Cosgrave aproveitou ainda para pedir sugestões de nomes de oradores cuja presença possa ser “apropriado” ou, por outro lado, “inadequada”, no evento. Ontem, o CEO da Web Summit mostrou-se, numa longa mensagem publicada no site “Medium”, defensor da liberdade de expressão e assegurou que se o Governo português pedisse para cancelar o convite a Marine Le Pen iria, “evidentemente, “respeitar esse pedido”.

https://jornaleconomico.pt/noticias/respostas-rapidas-marine-le-pen-esta-in-ou-out-da-web-summit-329367

Notícia atualizada às 12h51

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