A digitalização deve servir sempre como uma ferramenta para a promoção da sustentabilidade e alinhada com princípios éticos que garantam a confiança dos utilizadores e o respeito pelos seus valores e direitos, defenderam os intervenientes do painel “Digital democracy with a purpose” (em português “democracia digital com um propósito”), inserido no primeiro dia da Web Summit.
“Decidimos juntarmo-nos este movimento do Digital With a Purpose por sentirmos que estava totalmente alinhado com o que queremos promover durante a nossa presidência do Conselho Europeu”, começou por afirmar André Azevedo, Secretário de Estado para a Transição Digital.
“Acreditamos verdadeiramente na necessidade de um paradigma ético e de respeito pelos direitos individuais. Daí que o nosso mote para a presidência do Conselho Europeu será a democracia digital com um propósito, porque acreditamos que as pessoas precisam de confiar no digital e isso significa um respeito pelos direitos individuais, ambiente, acessibilidade, privacidade da informação, cibersegurança”, continuou.
“É bastante claro que as duas dimensões principais, a ambiental e a digital, têm de ser combinadas para terem sucesso”, referiu ainda André Azevedo. “Temos de usar o digital como uma ferramenta muito poderosa ao dotar de eficiência as nossas organizações e serviço público. Ao mesmo tempo, sem a abordagem sustentável não seremos bem-sucedidos neste esforço”, afirmou.
Luís Neves defendeu também a necessidade de “basear o digital nos nossos valores nucleares”. Como tal, o diretor executivo da Global Enabling Sustainability Initiative (GESI) argumenta que é necessário envolver-se com as partes envolvidas neste processo para garantir que todos os intervenientes beneficiam desta política de desenvolvimento sustentável.
Baseando a sua análise num relatório conjunto entre a GESI e a Deloitte, Luís Neves constata que o uso de tecnologias digitais promove o cumprimento de objetivos de desenvolvimento sustentável, não descartando, ainda assim, os vários desafios associados com o processo de digitalização.
Assim, reveste-se de importância acrescida o esforço de comunicação destes valores com os cidadãos. Para tal, Ridley Scott, conhecido cineasta, refere que a comunicação tem de impactar os cidadãos, sendo que o entretenimento tem essa capacidade. Com a digitalização e a banalização dos smartphones, cada pessoa tem um dispositivo de comunicação altamente eficiente ao seu dispor.
“O facto de podermos fazer estas coisas agora, desta forma sem esforço, é incrível. Se tivéssemos de enfrentar a situação atual da Covid-19 sem esta ferramenta [diz, apontando para o seu telemóvel] estaríamos num caos profundo. Conseguimos manter alguma estabilidade na comunicação e a grande questão agora é como e quão rapidamente o podemos fazer”, declarou o produtor cinematográfico.
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