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Wolfgang Schäuble alerta para o risco de outra crise financeira global

Considerado o “arquiteto da austeridade”, Schäuble alerta que os aumentos exponenciais da dívida a nível mundial e da liquidez nos mercados representam um risco de nova crise financeira mundial.
  • REUTERS/Hannibal Hanschke
8 Outubro 2017, 18h28

O Ministro das Finanças alemão, que está de saída, disse que as políticas do banco central (BCE) arriscam a que se formem “novas bolhas”. Em entrevista ao Financial Times, Wolfgang Schäuble advertiu que os crescentes níveis de dívida mundiais e o aumento da liquidez nos mercados representam um grande risco para a economia mundial. Numa aparente crítica à política de Mario Draghi e ao seu programa de estímulos monetários conhecido por quantitative easing, Schäuble, alerta que a consequência desse programa pode ser uma nova crise financeira. Recorde-se que está previsto que Draghi anuncie o alívio do programa de estímulos monetários, em breve.

Na entrevista ao Financial Times, o ministro alemão que é um defensor acérrimo do euro, e que liderou uma das maiores economias do mundo nos últimos oito anos, disse que havia o perigo de se formarem “novas bolhas” devido aos triliões de dólares que os bancos centrais bombearam nos mercados (quantitative easing).

Schäuble também alerta para outros riscos que ameaçam a estabilidade na zona do euro, em particular os que estão nos balanços dos bancos. O ministro alemão diz que alguns bancos estão sobrecarregados com o legado pós-crise de créditos improdutivos.

O Ministro das Finanças alemão é um forte defensor da retidão fiscal, tal como aconteceu em Portugal com o ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar. Schäuble liderou a resposta política da Europa à crise da dívida da zona do euro e foi vilipendiado em países como a Grécia, por ser considerado o “arquiteto da austeridade”.

Já não é a primeira vez que Schäuble critica a política do BCE. Em janeiro o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, apelara a que o BCE mudasse a sua política monetária. Draghi respondeu dizendo que “as taxas de juro baixas são necessárias agora para termos taxas altas no futuro. A recuperação da zona euro é do interesse de todos, incluindo da Alemanha”.

O presidente do BCE tem justificado a manutenção das taxas de juros e de não começar a reduzir o programa de compra de dívida soberana do banco central da zona euro, com a vontade de que a recuperação do valor da inflação, se aproxime sustentadamente dos 2% .

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